Temor

Ataques incendiários deixam trabalhadores apreensivos

Funcionários da limpeza pública e que prestam serviços para a Cemar temem novas ocorrências quando vão para as ruas; criminosos cessaram ataques a ônibus e passaram a incendiar veículos utilizados por esses trabalhadores

Leandro Santos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

[e-s001]Trabalhadores que atuam da limpeza pública de São Luís e de operadores de energia estão temerosos com relação aos últimos ataques incendiários na capital maranhense, cujos alvos foram caminhões de coleta de lixo e veículos que prestam serviços para a Companhia Energética do Maranhão (Cemar). Veículos foram incendiados por bandidos em vários episódios e, embora não haja registro de vítimas, a situação tem deixado os trabalhadores apreensivos.

O último ataque aconteceu na terça-feira, dia 11. Na ocasião, criminosos atearam fogo em um caminhão compactador de lixo na Rua do Sítio, Vila Brasil (nas proximidades do conjunto São Raimundo), em São Luís. De acordo com a Polícia Militar (PM), pelo menos oito criminosos teriam rendido o motorista e, em seguida, incendiado o veículo.

Nesse mesmo dia, ocorreu um ataque a um veículo que presta serviço para a Cemar. O caso aconteceu na Vila Cristalina, atrás do Shopping da Ilha, no início da tarde. Os funcionários da empresa estavam fazendo uma atividade no local, quando, em um determinado momento, criminosos se aproximaram do veículo e atearam fogo.

Preocupação
De acordo Honésio Máximo Pereira, presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública de São Luís (SEEAC), o medo de ataques preocupa os agentes de limpeza, principalmente aqueles que trabalham no período noturno.

Após os primeiros ataques, os trabalhadores não foram para a rua por alguns dias com receio de serem vítimas dos criminosos. Dias depois, os caminhões compactadores de lixo começaram a ser escoltados por viaturas da Polícia Militar (PM). A situação trouxe um pouco de calma para a categoria, mas não o suficiente.

“Ainda existe a preocupação, porque a qualquer a momento pode acontecer novamente. Os trabalhadores estão receosos, pois de qualquer forma estamos no período eleitoral. Uma situação como essa nunca tinha acontecido anteriormente”, disse.

Ele afirmou também que a escolta policial nos veículos é uma ação passageira e não resolve por completo o problema. “A escolta não será contínua. Ela é provisória e na hora em que não tiver mais outros ataques podem acontecer. Além disso, a função da polícia não é essa. Por isso estamos tentando uma reunião com a Secretaria de Segurança para traçar uma nova estratégia”, destacou o presidente do SEEAC.

[e-s001]Da mesma forma que os garis estão preocupados, os funcionários que prestam serviços para a Cemar também estão temerosos, pois os veículos em que trabalham também estão sendo alvo de criminosos. No dia 11, foi o terceiro caso em que um veículo que presta serviço para a companhia foi atacado e incendiado por bandidos. Os outros dois aconteceram no dia 30 de setembro, na Via Expressa e no Maracanã.

Posicionamento
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que equipes das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão estão trabalhando ininterruptamente para conter a ação de criminosos na região metropolitana. Operações permanentes estão sendo intensificadas em pontos estratégicos, e novas sendo montadas com objetivo de desarticular os criminosos e punir todos os envolvidos nestes episódios.

Como resultado dessas operações, mais de 100 suspeitos foram presos e responsabilizados pelos ataques criminosos, contra veículos e prédios públicos e privados na capital. Além disso, 23 detentos acusados de serem mandantes dos crimes foram transferidos para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A SSP orientou que os cidadãos repassem informações que ajudem a polícia no combate ao crime por meio do número do aplicativo WhatsApp (98) 9.9163.4899 ou pelo Disque Denúncia 3223-5800.

SAIBA MAIS

Logo após primeiros ataques aos caminhões compactadores de lixo, os agentes de limpeza pública deixaram de trabalhar por alguns dias. Por causa dessa situação, o lixo ficou acumulado em bairros como Liberdade, São Francisco e Vinhais, causando transtornos para as pessoas desses locais.

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