Denúncia

Pacientes com HIV-Aids estão sem receber medicamentos

Segundo denúncia, problema com transporte seria o motivo da falta; Ministério Público questiona suspensão

OESTADOMA.COM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Ministério da Saúde pediu informações sobra e distribuição dos medicamentos
Ministério da Saúde pediu informações sobra e distribuição dos medicamentos (MEDICAMENTO HIV )

IMPERATRIZ - A 5ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Saúde de Imperatriz emitiu Recomendação, nesta segunda-feira (10), à secretária municipal de Saúde de Imperatriz, Conceição Madeira, e à coordenadora do Programa DST/Aids de Imperatriz, Aracelly Lemos Morello, solicitando “enérgica tomada de providências urgentes tendentes à regularização da situação, reestruturando o Programa DST/Aids no Município de Imperatriz”. Segundo denúncia de um paciente, que não quis se identificar, funcionários do programa informaram que os medicamentos foram distribuídos mas, por causa de problemas com o transporte de São Luís para o interior, não chegaram à cidade tocantina. Ele, que tem que se medicar diariamente, está há sete dias sem a medicação. Cerca de 898 pessoas estaria na mesma situação no município.

Na manifestação, assinada pelo promotor de justiça Newton de Barros Bello Neto, o Ministério Público do Maranhão solicita informações e documentos sobre a distribuição dos medicamentos e as medidas para que os antirretrovirais continuem sendo fornecidos, além dos demais serviços a serem prestados por aquele programa. Faltam os medicamentos Tenofir, Lamivudina, Efavirens, TDF, 3TC e EFZ.

Newton Bello esclarece que, em julho de 2016, emitiu outra Recomendação seguida de Ação Civil Pública para tentar resolver a distribuição dos medicamentos, suspensos à época. Os medicamentos suspensos eram Ácico Folínico, Amoxilina, Clavulanato de Potássio, Azitromicina, Cloridrato de Potássio, Azitromicina, Cloridrato de Ranitidina, Ibuprofeno, Paracetamol, Ranitidina e Sulfametoxazol Trimetoprima. A distribuição foi regularizada em julho, mas em outubro foi suspensa novamente de forma mais séria, pois os antirretrovirais são fundamentais para o tratamento dos pacientes. O Município de Imperatriz alega que a responsabilidade é do Governo Federal, no entanto, informações dão conta de que o medicamento chegou ao Maranhão no prazo para entrega.

Falta de medicamento e angustia

Um paciente, que preferiu não se identificar, tem passado momentos de angustia nos últimos dias. Ele, que precisa tomar um dos medicamentos diariamente, está desde a última sexta-feira (7) sem se medicar. Segundo este paciente, uma funcionária do local de distribuição informou que os remédios não chegaram em Imperatriz por causa de problemas no transporte. "Ela me informou que os comprimidos não vieram no transporte porque não couberam no carro. Apenas isso foi informado", disse o paciente. Essa informação foi confirmada por um funcionário do Ministério da Saúde no Maranhão. "Sim, esse foi o problema [no transporte]. A coordenação de Imperatriz confirmou que não deu para fazer o transporte", disse ele, também se querer se identificar.

O paciente de Imperatriz disse que ele toma um medicamento chamado três em um, que é um dos mais fracos do coquetel, porém, caso ele fique muito tempo sem se medicar, o vírus pode se fortalecer e ele terá de passar a tomar uma medicação mais agressiva. "Eu estou preocupado. Esse medicamento eu tomo uma vez por dia e já estou há muito tempo sem tomar. Isso pode piorar muito o meu tratamento", comentou ele, afirmando que tem a informação que apenas na próxima segunda-feira (17) voltará a receber o coquetel.

A equipe de OEstadoMA.com entrou em contato com o escritório do Ministério da Saúde no Maranhão, mas funcionários informaram que os responsáveis pelo setor de distribuição já haviam encerrado expediente.

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