Das 54 cidades brasileiras com eleições em segundo turno, em ao menos 20 delas uma das chapas tentou reduzir pela metade o tempo da propaganda eleitoral gratuita no rádio ou na TV. Em 15 municípios - seis deles capitais -, houve acordo entre as candidaturas, e a Justiça Eleitoral autorizou o corte das inserções diárias.
São três as principais justificativas para a medida: a falta de recursos (a lei veta doação de pessoas jurídicas); a exigência de 75% de presença do candidato nas peças veiculadas, o que tira tempo para campanha nas ruas; e até mesmo o desinteresse do eleitor.
Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB), candidatos em Goiânia, optaram pelo corte. "Em uma época em que a população não está a fim de ouvir falar sobre política, 20 minutos é muita coisa", disse Vanderlan. Para o candidato, os programas de cinco minutos - uma edição às 13 horas e outra às 20h30 - são suficientes para expor as propostas ao eleitorado.
O principal argumento para a medida, porém, é a falta de dinheiro. "A maioria do financiamento dos candidatos vinha de pessoas jurídicas. Com as novas regras, os políticos tentam se adaptar, já que a gravação de vídeos sempre é uma das mais caras", disse Ângelo Goulart, procurador auxiliar da Procuradoria-Geral Eleitoral.
Soluções criativas também foram negociadas. Em Ponta Grossa, no interior do Paraná, a duração do programa da tarde e da noite foi mantida, mas as inserções ao longo da programação foram cortadas pela metade. Em 11 dias de campanha, seriam 840 peças de 30 segundos, mas Marcelo Rangel (PPS) e Aliel Machado (Rede) terão direito a 420 inserções. No Recife, tanto o tempo de duração do programa como as inserções ao longo do dia foram reduzidos.
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