Internacional

Chefe de Direitos Humanos da ONU diz que eleição de Trump seria "perigosa"

Zeid Ra''ad al Hussein considerou declarações de Trump inquietantes, particularmente no que se refere à tortura e à relação com "comunidades vulneráveis"

Conteúdo Estadão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Donald Trump é candidato à presidência dos EUA.
Donald Trump é candidato à presidência dos EUA. (Jornal diz que Trump sonega impostos por quase duas décadas)

A eleição do candidato republicano Donald Trump à presidência seria algo "perigoso do ponto de vista internacional", afirmou o chefe para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Ra'ad al Hussein. Durante uma coletiva de imprensa sobre problemas como a violência na Síria e no Iêmen, Zeid afirmou que algumas das declarações de Trump são "profundamente perturbadoras".

"Se Donald Trump for eleito, com base naquilo que foi dito até agora e ao menos que isso mude, acredito que, sem dúvidas, seria algo perigoso do ponto de vista internacional", afirmou o representante da ONU a jornalistas em Genebra.

Zeid considerou que algumas declarações de Trump são inquietantes, particularmente no que se refere à tortura e à relação com "comunidades vulneráveis". Ele afirmou que não tem interesse em interferir em campanhas políticas em nenhum país. Ainda assim, declarou que sentiu a necessidade de falar por acreditar que as declarações de Trump sugerem que o candidato poderia favorecer um potencial de crescimento "no uso da tortura".

O comentário tende a levantar um debate na ONU sobre se o chefe para Direitos Humanos tem excedido suas funções ao fazer comentários sobre o candidato norte-americano e sobre líderes xenófobos em partes da Europa.

Apenas um dia antes, o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, afirmou que Zeid não deveria criticar lideranças de Estado estrangeiras por suas políticas. "Não é a função dele, ele deveria ter mais foco em responsabilidades específicas", declarou.

Zeid foi alvo das críticas do embaixador russo após ter expressado preocupação com o que chamou de "demagogia populista" Nesta quarta, ele afirmou que reconhece que as regras da ONU demandam evitar a interferência em problemas "de jurisdição doméstica dos Estados". Apesar disso, afirmou que reclamações sobre interferências feitas, por exemplo, pela África do Sul do Apartheid, foram descartadas.

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