Governo Temer

FHC vê riscos de “virada à direita” no Brasil

Ex-presidente afirma que, apesar de combater a corrupção do PT, país não pode se deixar levar por costumes conservadores e por forças como a “bancada da bala”

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
(Fernnado Henrique lamentar virada à dreita no país)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou o momento político e econômico do país, e alertou sobre os riscos de uma virada à direita do país.

"Acho que é preciso tomar cuidado. No Brasil, neste momento, está havendo uma onda de direita, de verdade, e eu sou contra. Uma coisa é você ser contra os desvios do PT, outra coisa é apoiar a onda de direita, a bancada da bala (...) Acho que não precisa entrar nessa onda direitista do ponto de vista de costumes, isso é delicado. A própria estrutura da família mudou. A família hoje é uma coisa diferente do que era antes", opinou.

FHC comparou o governo do presidente Michel Temer a uma "pinguela" e pediu que sejam feitas as reformas para que o Brasil chegue em condições melhores às eleições de 2018. "Defino o governo atual como uma pinguela, que é algo precário e pequeno, mas, se ela quebrar, você cai no rio e é melhor ir para o outro lado. O outro lado é a eleição de 2018", analisou.

O ex-presidente defendeu ainda a urgência de reequilibrar a economia, inclusive com medidas impopulares. "A minha preocupação maior é: será que o governo vai ter capacidade de definir o caminho da economia? Acredito que eles estão começando a definir caminhos. Temos que tomar medidas drásticas e impopulares", afirmou, acrescentando: "O Brasil passa por uma tremenda crise fiscal. Olha que eu peguei pepinos grandes, mas, desse tamanho, eu nunca vi. E o governo Temer já tem definido o seu caminho, mas as pessoas não sabem. Tem de explicar, falar."

FHC ainda comentou sobre a Lava Jato, afirmando que os maiores problemas do Brasil são "o corporativismo, o clientelismo e a corrupção", mas destacou a crise: "Nunca vi uma paralisia econômica por tanto tempo no Brasil, uma falta de esperança tão grande. E isso, obviamente, produz efeitos, juntando isso com a paralisação das instituições, com a crise moral".

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