Segurança Pública

Deputado denuncia morte de preso queimado dentro de delegacia

Jovem de 18 anos suspeito de roubar celular morreu após curto circuito na cela, em Cantanhede; Hildo Rocha acusa governo de deixar pessoal sem qualificação nas delegacias

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
(Hildo Rocha denuncia governo Flávio Dino)

Preso, por suspeita de ter roubado um celular, o jovem João Vitor Santos, de 18 anos de idade, teve 98% do corpo queimado em consequência de incêndio provocado por um curto-circuito nas instalações elétricas da cela da delegacia de polícia de Cantanhede. A vítima morreu um dia após as eleições (3 de outubro). O caso estava abafado. Mas, veio à tona por meio de denúncia feita pelo deputado Hildo Rocha (PMDB/MA), em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal.

De acordo com o parlamentar, nada ficou provado contra a vítima. “O rapaz era jardineiro. Trabalhava para ajudar no sustento da sua família. A avó e a mãe foram para a delegacia pedir ao delegado que soltasse o jovem que foi preso injustamente, pois era inocente”, destacou Rocha.

O deputado explicou que para amenizar o calor infernal da cela, João Vitor tentou ligar um ventilador e, em consequência da precariedade das instalações elétricas da delegacia, pegou um choque e foi arremessado sobre o colchonete que pegou fogo. “O único carcereiro presente no momento nada fez para evitar a tragédia por falta de preparo técnico. O governador Flávio Dino sabe que as condições das delegacias são precárias. Sabe também que o estado utiliza mão de obra despreparada, na segurança pública problema. Entretanto nada faz para resolver o problema”, afirmou.

Hildo Rocha criticou, novamente, a falta de atenção do governo no que se refere à contratação de servidores para o exercício de atividades na área de segurança. Segundo o parlamentar, o carcereiro que trabalha para o estado, na delegacia de Cantanhede, não é servidor público estadual. “É uma pessoa terceirizada, contratada pelo munícipio sem nenhum preparo técnico, sem nenhum treinamento. O governador Flavio Dino sabe o que está ocorrendo, pois esse não é o primeiro caso. Se nada for feito episódios dessa natureza irão acontecer novamente”, acusou.

O deputado destacou ainda que a tragédia de Cantanhede, e outros casos de violações dos diretos humanos ocorridos desde o início do governo Flávio, foram apresentados durante audiência com a secretária nacional de direitos humanos, Flávia Cristina Piovesan que ocorreu na ultima semana. “A secretaria afirmou que tomará as providencias cabíveis”, revelou Hildo Rocha.

E Mais

Hildo Rocha ressaltou que tem denunciado, com muita constância, os casos de violação dos direitos humanos praticados no Estado e disse que o procurador-geral de justiça do Maranhão não tem promovido ações contra o governador Flavio Dino. Ele lembrou do episódio envolvendo o mecânico Irialdo Batalha, em Vitória do Mearim, no ano passado, que foi assassinado por um vigilante sem treinamento que fazia as vezes de policial no município. O caso ganhou repercussão internacional e está sendo ivnestigado desde o ano passado pela Organização das Nações Unidas.

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