O plenário da Assembleia Legislativa rejeitou ontem, por maioria de votos, quatro requerimento de autoria do deputado estadual Wellington do Curso (PP), candidato a prefeito de São Luís derrotado no último domingo, 2, por meio do qual ele solicitava a convocação de dois membros do Governo do Estado para prestar esclarecimentos na Casa.
O parlamentar tentava ouvir os secretários Márcio Jerry (Comunicação e Assuntos Políticos) e Jefferson Portella (Segurança Púbica), além do envio de expedientes à Procuradoria Regional Eleitoral no Maranhão e ao Ministério da Justiça para que Polícia Federal abrisse investigação sobre um caso de monitoramento denunciado ainda na campanha.
Em discurso antes da votação, Wellington reclamou do que considerou “execração” no período eleitoral.
“Eu fui execrado, humilhado, covardemente perseguido nessas eleições. Nos três últimos dias antes das eleições tentaram fazer um link do meu nome com facções criminosas. As declarações levianas do Secretário de Articulação Política e de Comunicação do Governo do Estado não condizem com o cargo que ocupa. Eu tenho nutrido respeito pelo Governo do Estado, sou da base do governador Flávio Dino, muito embora não tenha sido considerado como aliado”, disse.
Facções - O caso remonta à disputa eleitoral. Na semana final do 1º turno, o secretário Márcio Jerry afirmou que o então candidato do PP teria ligações com facções criminosas que desde a semana passada promovem uma onda de ataques na capital.
Wellington foi visto na Praça Dom Pedro II enquanto esposas de líderes das facções protestavam em frente ao Palácio dos Leões.
Na mesma ocasião o então candidato denunciou que estava sendo monitorado e que suspeitava tratar-se de ação velada das forças de segurança do Estado. Foi quando ele decidiu propor os dois primeiros requerimentos, pedindo investigação da PF.
Depois disso, Jerry reagiu e chamou o movimento do parlamentar de “factoide”, como forma de supostamente encobrir seu envolvimento com facções.
“Factóide pra tentar esconder o apoio dele [Wellington do Curso] a manifestação organizada por facções criminosas hoje pela manhã”, declarou o comunista, o que motivou, então, a proposição dos requerimentos de convocação, ontem barrados.
Governistas têm problemas para aprovar empréstimo na AL
O deputado estadual Adriano Sarney (PV) pediu vistas de um requerimento de autoria do suplente de deputado Marcos Caldas (PSDB) – para que tramitasse em regime de urgência um pedido de empréstimo do Governo do Estado – e barrou mais uma vez a votação da matéria em plenário.
Se aprovado, o requerimento de Caldas possibilitaria a apreciação da matéria ainda ontem, em sessão extraordinária. O Executivo tenta há semanas aprovar a proposição, para proceder à operação de crédito, mas não tem conseguido organizar a base para isso.
"O problema é que esse empréstimo, ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), está cotado em 14,3 milhões de Direitos Especiais de Saque, um indexador do FMI baseado em cinco moedas internacionais, portanto, sujeito à volatilidade do mercado. Nós precisamos saber quanto custará isso em moeda corrente", avaliou o parlamentar.
O deputado Adriano Sarney e outros membros da oposição querem também que o Governo explique detalhadamente o projeto e suas finalidades, passando pelos trâmites normais das comissões da Assembleia e não em votação de urgência injustificada.
O Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA ou IFAD, da sigla em inglês) é uma agência especializada das Nações Unidas para financiar projetos de produção de alimentos nos países em desenvolvimento. Quanto aos Direitos Especiais de Saque (DES) ou Special Drawing Rights (SDR), trata-se de um instrumento criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em 1969, composto por uma cesta de moedas que inclui dólar, euro, libra, iene e yuan, isto é, uma espécie de moeda sujeita à variação cambial internacional.
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