Indústria

Grandes empresas privadas apostam no Maranhão

Investimentos da Vale, VLI, WTorre, Eneva e outras empresas têm impactado positivamente no PIB estadual

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Máquina recuperadora de minério de ferro da Vale em operação/Divulgação
Máquina recuperadora de minério de ferro da Vale em operação/Divulgação (Investimentos)

Em que pese a contínua retração da economia brasileira, indicadores do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacam que o setor industrial já dá sinais de recuperação. No Maranhão, investimentos privados nas áreas de logística, energia e produção de celulose têm contribuído para que o Produto Interno Bruto (PIB) apresente números positivos.
Na área de logística, destaque para a Vale, na implantação de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, com a expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e a ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, com investimentos totais de US$ 7,9 bilhões.
O investimento faz parte do projeto S11D, localizado no município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, o maior da história da mineradora, com capacidade de produção estimada de 90 milhões de toneladas por ano e que vai exportar sua produção pelo Porto de Ponta da Madeira, em São Luís.
Ainda no setor logístico, tem a implantação do Terminal de Uso Privado de São Luís, pelo Grupo WTorre, projeto que vai consumir investimentos da ordem de R$ 840 milhões.
O terminal, que vai atender cargas de grãos, fertilizantes, líquidos e carga em geral, terá um píer para atracação de quatro navios, com calado natural de 18 metros. Uma ponte de 1,1 mil metros de comprimento ligará os berços de atracação à retroárea. O projeto contará ainda com quatro armazéns para grãos, com capacidade de 90 mil toneladas cada, e uma movimentação anual de 6 milhões de toneladas. Para movimentação de fertilizantes, será construído um armazém com capacidade estática de 90 mil toneladas e uma movimentação anual de 3 milhões de toneladas.
A área de líquidos prevê uma tancagem de 100 mil metros cúbicos de armazenagem estática e movimentação anual de 2,4 milhões metros cúbicos. O armazém de carga geral movimentará 1,5 milhão de toneladas por ano.
Já foram investidos aproximadamente R$ 50 milhões de um total previsto de R$ 840 milhões. O projeto passou pelas fases de licenciamento e entra na etapa de captação de recursos para o início das obras.
“Creio que o Terminal de Uso Privado de São Luís se destaca por um misto de localização, das características naturais da área onde será instalado, e de sua modernidade em termos de projeto e equipamentos. Do ponto de vista social, é importante lembrar que estamos falando de um projeto que vai gerar 5 mil empregos diretos e indiretos movimentando a economia da cidade e do estado do Maranhão”, destacou José Hagge Pereira, diretor do projeto da WTorre.

Segmentos de logística e de geração de energia elétrica atraem mais investimentos

Ainda na área de logística, a VLI/Multimodal S.A tem contribuído para transformar o setor com um plano de investimentos que inclui a construção de terminais integradores de carga, melhorias na malha férrea de sua concessão, ampliação de portos e aquisição de locomotivas e vagões. Esses investimentos têm o objetivo de ampliar a capacidade de transporte da ferrovia e também tornar o sistema da empresa mais eficiente, reduzindo gargalos.
No Corredor Centro-Norte, por exemplo, que engloba os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Pará e Mato Grosso, o investimento gira em torno de R$ 1,7 bilhão em iniciativas que irão alavancar a capacidade de transporte do corredor em até 30%. Em março deste ano, foram inaugurados dois terminais intermodais no Tocantins na ordem de R$ 264 milhões, que acrescentam 6 milhões de toneladas de capacidade para o escoamento de grãos no sistema da Ferrovia Norte Sul.
“A VLI acredita muito no potencial da região de influência do Corredor Centro-Norte, sobretudo do Matopiba, que tem se consolidado como a nova fronteira agrícola do país. Com o crescimento agrícola projetado para essa região e os investimentos que a empresa vem realizando para oferecer a infraestrutura necessária para o escoamento dessa produção, nossa expectativa é que a VLI possa crescer ainda mais nos próximos anos no Corredor Centro-Norte”, enfatizou Fabiano Rezende, gerente geral do corredor Centro-Norte da VLI.
Dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontam que, embora os estados do Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocantins, Maranhão, Bahia e Piauí (Corredor Norte) produzam juntos mais da metade da produção nacional de soja e milho. Menos de 20% dos grãos provenientes dessas regiões são escoados e exportados pela infraestrutura dos portos do Norte e Nordeste. Todo o excedente da produção, ou seja, mais de 80% ainda utiliza a infraestrutura do Sul e Sudeste do país. Isso representa um gasto muito maior para os produtores e para as tradings. Por isso, a infraestrutura que a VLI está implantando no corredor Centro-Norte dá suporte para que a região se capacite para escoar sua própria safra.
A VLI já vem preparando o Corredor Centro-Norte há alguns anos para isso. Em 2013, por exemplo, a empresa inaugurou no Terminal Portuário São Luís um novo armazém de 45 mil toneladas de capacidade e uma nova moega ferroviária – estrutura do sistema de descarregamento de trens. A nova moega é capaz de descarregar 3 vagões simultaneamente, o que possibilitou a redução do tempo desse tipo de operação. Além dos terminais recém-inaugurados no Tocantins, também fazem parte do aporte de R$ 1,7 bilhão a aquisição de novas locomotivas e vagões para a Ferrovia Norte Sul, a construção e ampliação de pátios de cruzamento de trens ao longo da FNS e a construção de uma oficina de manutenção ferroviária em Imperatriz, no Maranhão.

Energia
O Maranhão também tem atraído investimentos na área de energia. A Eneva atua na geração e comercialização de energia elétrica e possui negócios complementares na exploração e produção de petróleo e gás natural. Iniciou suas atividades no Maranhão em 2008, com a construção da usina termelétrica Itaqui, localizada no Distrito Industrial de São Luís, com capacidade instalada de 360 MW.
A Eneva também realiza a exploração de petróleo e gás na Bacia do Parnaíba desde 2009 e hoje possui uma reserva de gás natural com sete campos. A produção de gás atende o Complexo Termelétrico Parnaíba, considerado um dos maiores na geração de energia termelétrica a gás natural do Brasil.
O Complexo Termelétrico Parnaíba está localizado em Santo Antônio dos Lopes, e é composto pelas usinas Parnaíba I, Parnaíba II, Parnaíba III e Parnaíba IV, que juntas somam mais de 1,4 GW de capacidade instalada. Entre 2013 e 2016, todas as usinas do Complexo Parnaíba entraram em operação comercial.

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