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Senado derruba veto de Obama a lei sobre vítimas de 11 de setembro

Presidente tinha vetado lei que permite processos contra a Arábia Saudita; em 8 anos de governo, essa é 1ª vez que veto de Obama é derrubado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45

Washington - O Senado dos Estados Unidos aprovou de forma esmagadora ontem eliminar o veto do presidente norte-americano, Barack Obama, a uma lei que permite que as vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 processem a Arábia Saudita, informa a agência de notícias France Presse.

Os senadores votaram de forma quase unânime para eliminar o veto, o que leva a crer que ocorrerá uma votação similar na Câmara de Representantes. É a primeira vez em que isso ocorre com um veto de Obama em seus oito anos como presidente.

Ao divulgar o veto, Obama alegou que a proposta seria "contraproducente" para o interesse de segurança nacional dos EUA e minaria o princípio de imunidade soberana. Também disse que a lei prejudicaria os esforços de trabalhar com aliados internacionais na luta contra o terrorismo e outros temas, além de que poderia levar a processos judiciais contra funcionários dos EUA por parte de grupos estrangeiros que recebem ajuda, equipamento ou treinamento americano.

"Entendo o desejo de justiça dos familiares e estou decidido a ajudá-los nesse esforço", explicou em uma mensagem dirigida ao Senado.

Quase 3 mil pessoas morreram nos ataques de 11 de setembro de 2001. Quinze dos 19 autores dos ataques eram sauditas, mas não foi provada a existência de uma cumplicidade oficial da Arábia Saudita nos ataques da Al-Qaeda.

De acordo com a lei atual, as vítimas de terrorismo podem processar somente os países oficialmente designados pelo Departamento de Estado como patrocinadores do terrorismo, como Irã e Síria.

Nenhuma prova
Em fevereiro passado, Zacarias Mussaui, apelidado de "20º sequestrador", disse aos advogados americanos que membros da família real saudita doaram milhões de dólares para a Al-Qaeda nos anos 1990.

A embaixada saudita negou, mas suas acusações reavivaram o debate sobre se o governo de Obama deve tornar pública uma seção de 28 páginas do Informe da Comissão 11/9.

Os documentos foram publicados em meados de julho e mostram que mesmo que os Estados Unidos tenham investigado as ligações entre o governo da Arábia Saudita e os ataques de 11/9, houve muitas suspeitas, mas nenhuma prova.

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