Ranking de bem-estar

São Luís está entre as seis piores capitais brasileiras em bem-estar urbano

Estudo do Instituto Nacional das Metrópoles apresenta dados inéditos sobre as condições urbanas de todas as cidades, com base em 5 eixos: mobilidade, condições ambientais, habitacionais, serviços coletivos e infraestrutura

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Falta de infraestrutura puxou São Luís para baixo
Falta de infraestrutura puxou São Luís para baixo (Falta)

O Brasil tem 5.565 municípios e São Luís, mesmo sendo uma capital está apenas na posição 4493º no Índice do Bem-Estar Urbano (IBEU), medido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metropóles. O ranking apresenta um levantamento inédito sobre as condições urbanas de todas as cidades brasileiras, a partir da análise de dimensões como mobilidade, condições ambientais urbanas, condições habitacionais, atendimentos de serviços coletivos e infra-estrutura.

A capital maranhense está junto, no ranking, das cidades de Salgadinho, no interior de Pernambuco, que tem apenas 10.252 habitantes, segundo o IBGE, e Fortim, no litoral do Ceará, com 14.851 pessoas. O IBEU mostra ainda que entre os maiores desafios de São Luís, seus vizinhos de ranking e do Brasil como um todo estão os serviços coletivos e a infraestrutura.

Este último, por acaso, foi o que puxou a nota da capital maranhense lá para baixo. Explica-se: o Ibeu está compreendido em cinco dimensões: mobilidade urbana, condições ambientais urbanas, condições habitacionais urbanas, atendimento de serviços coletivos urbanos e infraestrutura urbana.

Cada uma das dimensões tem o mesmo peso, sendo consideradas de igual importância para garantia do bem-estar urbano. Para cada ponto foi atribuído uma nota, entre 0 e 1, quanto mais próximo de 1, melhores são as condições de bem-estar urbano; quanto mais próximo de zero, piores. O Ibeu Municipal é construído pela média aritmética de suas cinco dimensões.

Notas

São Luís possui as notas 0,832 para mobilidade urbana, 0,637 para meio ambiente, 0,754 para condições habitacionais, 0,728 para serviços coletivos urbanos e 0,551 para infraestrutura urbana. A média ficou em 0,7003. Um índice considerado ruim, segundo o estudo.

A dimensão de infraestrutura urbana, que levou São Luís para a condição de ruim, é compreendida por sete indicadores: Iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. “Esses indicadores expressam as condições de infraestrutura na cidade que podem possibilitar (quando da sua existência) melhor qualidade de vida para pessoas, estando relacionados com a acessibilidade, saúde e outras dimensões do bem-estar urbano”, afirma o estudo.

A dimensão mobilidade urbana foi a que deu a maior nota à capital. Ela compreende o tempo de deslocamento que as pessoas levam para ir e voltar do trabalho. Segundo o estudo, o tempo é considerado adequado quando as pessoas gastam até uma hora por dia no trajeto casa-trabalho.

A dimensão de condições ambientais foi concebida a partir de três indicadores: arborização do entorno dos domicílios, esgoto a céu aberto no entorno dos domicílios e lixo acumulado no entorno dos domicílios. Já as condições habitacionais urbanas são compreendidas por cinco indicadores: aglomerado subnormal, densidade domiciliar, densidade morador/banheiro, material das paredes dos domicílios e espécie do domicílio.

Foram considerados como domicílios inadequados as habitações em casa de cômodo, os cortiços, tendas, barraca e ainda aqueles que moram dentro de estabelecimento ou vagões, trailers, cavernas, etc.

Por último, os serviços coletivos urbanos compreendem o atendimento adequado de água, esgoto, energia e a coleta adequada de lixo. “Esses são indicadores que expressam os serviços públicos essenciais para garantia de bem-estar urbano, independentemente de ser ofertado por empresas públicas ou por empresas privadas através de concessão pública”, destaca o estudo.

Estudo

O estudo organizado pelo Instituto Metrópoles tem o propósito de oferecer a agentes governamentais, universidades, movimentos sociais e sociedade civil em geral mais um instrumento para avaliação e formulação de políticas urbanas para o país. Este novo estudo, é diferente da versão anterior, de 2013, que foi calculado apenas para os municípios pertencentes às principais regiões metropolitanas do país. O IBEU-Municipal 2016 foi calculado para todos os municípios brasileiros com informações no Censo Demográfico do IBGE, atualizados por meio de alguns dos indicadores disponíveis para outras escalas de análise existente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), base de dados que também é construída pelo IBGE.

O INCT Observatório das Metrópoles é composto de 159 pesquisadores e 59 instituições dos campos universitário (programas de pós-graduação), governamental (fundações estaduais e prefeitura) e não-governamental, sob a coordenação geral do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Brasil

Entre os 100 melhores municípios referente às condições de bem-estar urbano, 84 deles localizam-se no Estado de São Paulo; 11 pertencem ao Estado de Minas Gerais; 4 se localizam no Estado do Paraná; 1 pertence ao Estado de Santa Catarina.

Entre os 100 piores 41 deles localizam-se no Estado do Pará; 32 estão no Maranhão; 10 fazem parte do Estado do Amazonas; 4 estão no Estado do Amapá; 3 estão no Estado do Acre; 2 estão no Estado do Piauí; há 1 município para cada um dos seguintes estados: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Tocantins.

NOTAS DE SÃO LUÍS

MÉDIA – 0,7003

MOBILIDADE URBANA - 0,832

MEIO AMBIENTE - 0,637

CONDIÇÕES HABITACIONAIS - 0,754

SERVIÇOS COLETIVOS URBANOS - 0,728

INFRAESTRUTURA URBANA - 0,551

BEM-ESTAR NAS CAPITAIS

Ranking das 27 capitais brasileiras

Vitória (ES) - 0,9000
Goiânia (GO) - 0,8742
Curitiba (PR) - 0,8740
Belo Horizonte (MG) - 0,8619
Porto Alegre (RS) - 0,8499
Campo Grande (MS) - 0,8275
Aracaju (SE) - 0,8214
Rio de Janeiro (RJ) - 0,8194
Florianópolis (SC) - 0,8161
Brasília (DF) - 0,8131
Palmas (TO) - 0,8129
São Paulo (SP) - 0,8119
João Pessoa (PB) - 0,7992
Fortaleza (CE) - 0,7819
Recife (PE) - 0,7758
Salvador (BA) - 0,7719
Cuiabá (MT) - 0,7704
Natal (RN) - 0,7383
Boa Vista (RR) - 0,7249
Teresina (PI) - 0,7218
Maceió (AL) - 0,7036
São Luís (MA) - 0,7003
Rio Branco (AC) - 0,6972
Manaus (AM) - 0,6903
Belém (PA) - 0,6593
Porto Velho (RO) - 0,6542
Macapá (AP) - 0,6413

BEM ESTAR NA ILHA

Todos os municípios da Ilha de São Luís estão em condições ruins na tabela do IBEU, com destaque para São José de Ribamar, entre as 100 piores cidades em condições de bem-estar do Brasil.

São Luís - 4493º - NOTA – 0,7003

Paço do Lumiar - 5235º - NOTA - 0,629

Raposa - 5453º - NOTA - 0,585

São José de Ribamar - 5498º - NOTA - 0,564

Base de dados

zero a 0,500 - condições muito ruins

0,501 a 0,700 - condições ruins

0,701 a 0,800 - condições médias

0,801 a 0,900 - condições boas

0,901 a 1 - condições muito boas

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