Lava Jato

Senado pode convocar ministro após vazamento de operação

Titular da pasta de Justiça, Alexandre de Moraes antecipou, em palanque eleitoral no domingo, ação da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-ministro Antonio Pallocci

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
(Antonio pallocci é conduzido por policiais federais)

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) protocolou nesta segunda-feira,26, um requerimento de convocação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para que ele compareça à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para explicar o uso político da Polícia Federal na prisão do ex-ministro Antônio Palocci nesta manhã.

Durante o fim de semana, Moraes participou de um comício do PSDB na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, e lá ele antecipou que haveria "mais Lava-Jato esta semana". “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse Moraes, durante a campanha do tucano Duarte Nogueira.

"A Polícia Federal e as investigações da Lava-Jato, mais do que nunca correm grande risco", afirmou a senadora Grazziotin.

O procurador da República Helio Telho Corrêa disse ser grave a declaração feita pelo ministro em Ribeirão Preto e condenou o uso da operação Lava Jato com objetivo eleitoreiro. “Ministro da Justiça ser informado, previamente, de uma operação policial sigilosa é grave. Anunciá-la em palanque eleitoral #ÉPRAKABA”, tweetou o procurador. Corrêa atua no Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Goiás e já foi responsável por operações como a Trem Pagador, que levou à prisão de responsáveis por desvios na construção da Ferrovia Norte Sul.

A assessoria do Ministério da Justiça e Cidadania explicou que a frase “não foi dita porque o ministro tem algum tipo de informação privilegiada ou saiba de alguma operação com antecedência, e sim no sentido de que todas as semanas estão ocorrendo operações”.

Moro bloqueia até R$ 128 milhões de Pallocci

O juiz federal Sérgio Moro decretou o bloqueio nas contas bancárias do ex-ministro Antônio Palocci, do assessor do ex-ministro Branislav Kontic, e do ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio Dourado. O bloqueio em cada uma das contas é de até R$ 128 milhões.

Os três foram alvo de mandado de prisão temporária nesta segunda-feira (26), durante a 35ª fase da Operação Lava Jato. A mesma medida de bloqueio também é válida para as contas das empresas Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda e J& F Assessoria Ltda, também citadas.

"Observo que a medida ora determinada apenas gera o bloqueio do saldo do dia constante nas contas ou nos investimentos, não impedindo, portanto, continuidade das atividades das empresas ou entidades, considerando aquelas que eventualmente exerçam atividade econômica real. No caso das pessoas físicas, caso haja bloqueio de valores atinentes a salários, promoverei, mediante requerimento, a liberação", destacou o juiz em seu despacho.

A atual fase apura a relação entre o Grupo Odebrecht e Palocci. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que o Palocci e Branislav receberam propina para atuar em favor da empreiteira, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.

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