Criminalidade

Violência e clima de tensão marcaram o fim de semana

Princípio de rebelião no Centro de Detenção Provisória e seis assassinatos foram registrados na Região Metropolitana de São Luís; na manhã de ontem, um homem tentou assaltar em ônibus e foi morto

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Homem foi morto quando tentava assaltar um ônibus
Homem foi morto quando tentava assaltar um ônibus (Homem morto em ônbius)

Rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o registro de seis homicídios dolosos, roubos e ainda a ocorrência de assaltos a coletivos resultando em mortes acabou caracterizando o fim de semana como tenso e violento na Região Metropolitana de São Luís. Na tarde de sábado, os internos da Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) São Luís 6, antigo Centro de Detenção Provisória (CDP), iniciaram um motim e foi necessária a presença de um forte contingente policial composto pelos integrantes do Batalhão de Choque, do Grupo Especial de Operação Penitenciária (GEOP) e do Centro Tático Aéreo (CTA) para conter os ânimos dos rebelados e evitarem fugas.

O clima de tensão deixou muitos parentes de internos, que estavam na porta do presídio, aflitos. Eles tinham informações de que os apenados teriam ateado fogo em vários colchões, havia celas quebradas e chegaram a ouvir barulho de tiros oriundo dessa unidade prisional. Também não sabiam se havia reféns ou mortos dentro da penitenciária.

Eles ainda disseram que esse movimento teria sido alertado anteriormente pelos presidiários e a direção do sistema penitenciário e da Secretaria de Segurança Pública (SSP), tinham conhecimento de que a qualquer momento poderia estourar uma rebelião em Pedrinhas. Segundo eles, os internos denunciam maus tratos, tortura, ratos nas celas, agressões físicas e psicológicas como também a restrição das visitas íntimas, a falta de cursos profissionalizantes e o lento andamento dos processos na Justiça.

Foto de um memorando encaminhado pelo subcomandante da Polícia Militar, coronel Jorge Luongo, e também ao chefe do Estado Maior, coronel Carlos Augusto Castro, aos comandantes de batalhões dessa corporação foi exposto no WhatsApp durante a semana passada. Neste documento informava a possibilidade de haver ataques a coletivos públicos na Ilha e rebelião em Pedrinhas.

Forte aparato

Ainda no sábado, 24, o comandante do CTA, coronel Ismael de Souza, informou ao G1 Maranhão por telefone de que esse motim teria começado no período da tarde, mas que as forças de segurança pública teriam sido deslocadas para o local com o propósito de finalizar o movimento.

O movimento acabou durante o período da noite. Os rebelados foram conduzidos para a quadra do presídio, onde foi feita a contagem e os reparos nas celas teriam sido feito durante o dia de ontem.

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que teria sido apenas um princípio de motim deflagrado pelos internos da Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) São Luís 6. Por razões a serem apuradas oficialmente, os detentos atearam fogo em alguns colchões, porém, a situação foi controlada pelas equipes de segurança prisional, com apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio da Polícia Militar, sem registro de reféns, feridos ou mortos.

Mortes

Seis assassinatos, segundo os dados da SSP, ocorreu da noite da última sexta-feira até a tarde de domingo, 25, na Ilha. Na manhã de ontem, um homem não identificado tentou assaltar um coletivo, que faz linha São Raimundo/ Rodoviária, acabou sendo morto a tiros por um dos passageiros, também não identificado.

Ainda de acordo com as informações da polícia, o bandido teria tido acesso ao ônibus na Avenida dos Franceses, no bairro da Alemanha. Ele de posse de uma arma de fogo, primeiramente teria tentando roubar o dinheiro da renda da viagem e, logo após, saiu assaltando os passageiros. Antes do criminoso descer do coletivo foi alvejado por um dos passageiros, morrendo no local.

A polícia esteve no local onde colheu informações sobre o caso e o corpo do homem foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para ser periciado. Até o começo da noite de ontem ainda estava sem identificação. Também estava no IML sem identificação o corpo de um homem, de aproximadamente 20 anos, que foi encontrado em um terreno baldio, localizado nas proximidades do Terminal do Ipem São Cristóvão.

O comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Aritanã Lisboa, disse que a vítima chegou a discutir com um grupo de pessoas durante a madrugada de ontem no bairro Ipem São Cristóvão e na manhã de ontem foi encontrado morto. O corpo apresentava sinais de violência na cabeça. “Provavelmente esse rapaz foi assassinado a golpes de pau e pedrada”, declarou Aritanã Lisboa.

As outras vítimas desse fim de semana foram mortas a tiros e identificadas como Genilson Lopes de Oliveira, de 36 anos, na Cohama, no último dia 23; Wanderson Goncalves da Silva, de 24 anos, no Residencial Pirâmide, em Paço do Lumiar, também no dia 23; Cleilson Silva De Sousa, de 23 anos, na Cidade Olímpica, dia 23. No dia 24, a vítima foi Kerleilson Ribeiro Pereira, de 25 anos, na Vila Embratel.

Roubo

Na tarde de ontem, o assaltante Lucas dos Santos Rodrigues, de 21 anos, foi baleado e preso por um policial militar, no bairro da Cohab. Segundo a polícia, esse criminoso teria tomado de assalto uma motocicleta Bros vermelha, de placa PSF 3339, no bairro da Forquilha. No momento do assalto, o policial estava passando pelo local e acabou perseguindo o criminoso.

No decorrer da perseguição, o bandido trocou tiro com o militar, mas acabou sendo preso e baleado. Lucas Santos foi conduzido para o Plantão de Polícia Civil da Delegacia do Cohatrac, onde tomaram as devidas providências.

Motim em Imperatriz

Também teve o registro de um princípio de motim no presídio de Imperatriz, localizado no Residencial Itamar Guará, durante a noite do último sábado e domingo, 25, mas, a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), por meio da assessoria, negou a existência desse movimento. Eles informaram que alguns presos ao saber da rebelião em Pedrinhas teriam feito barulho nas celas e não houve fuga.

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