Artigo

Para além do impeachment da presidente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45

O impeachment encerrou a etapa política do processo de estabilização nacional. Seguimos com a econômica. Um alívio para a classe produtiva, em especial, daqueles que consideram o ano perdido. No entanto, essa crise só será efetivamente superada se extrairmos lições que evitem outras de mesma natureza.

A crise é estrutural - Ainda que o governo do PT tenha sido um desastre das maiores proporções, não fez o trabalho sozinho. A máquina estatal com seu tamanho avassalador provoca crises permanentes. Leis, tributos e regulações em todas as áreas possíveis, engessam o país desnecessariamente. Estados, municípios e famílias tem sua autonomia tolhida pela União. Problemas e soluções locais passam necessariamente por Brasília e seus burocratas. Tanto poder nas mãos de poucos acaba sempre em corrupção. Com efeito, não somos governados por leis, mas por homens. O desfecho do impeachment é um bom exemplo. Para nosso espanto e de toda classe jurídica, Dilma é culpada, mas não, segundo a assombrosa interpretação da Constituição Federal.

É um verdadeiro teste de paciência obter licenças, certificados ou renovações, as quais normalmente estão dispersas por vários órgãos que precariamente se comunicam. Cercado por todo tipo de dificuldade e desconfiança, o cidadão de bem sente-se ultrajado e perseguido.

É produto de uma visão - A bem da verdade, esse quadro não seria construído sem a anuência de boa parte da população. Pede-se ao Estado que resolva quase tudo por via de leis, regulamentações e intervenção. Nas escolas e universidades o fracassado socialismo ainda é a ideologia dominante. No plano partidário, nada muito diferente, o entendimento é de que a Sociedade Civil é mera coadjuvante, quando deveria ser o contrário. O resultado não poderia ser outro: governo com atribuições demais.

A Sociedade Civil deve pautar as mudanças - Pautar a ações do Estado não é pedir coisas vagas, como desburocratização, mais educação ou menos corrupção, implica em propostas claras. A ficha limpa é um ótimo exemplo. Lei de inciativa popular que atacou um problema específico. Façamos isso em outras áreas. Há no país muitas propostas inteligentes precisando de apoio. Sinal grave de que estamos “dormindo no ponto”. Muitos organismos empresariais como a CNI, Fecomércio e CACB já desenvolvem esse trabalho que precisa ser conhecido por toda população.

Não podemos parar - O Estado só avança onde a sociedade recua. Tomemos as rédeas de nosso país para encontramos o caminho de um desenvolvimento pleno. Rejamos, energicamente, sempre que nosso espaço for invadido, assim fazem as nações desenvolvidas. Funcionou agora e vai continuar funcionando se continuarmos firmes. Só assim vamos reverter esse quadro lastimável. A presidente já caiu, está na hora do “impeachment” de tudo aquilo que atrapalha o Brasil.

Domingos Júnior

Presidente da Federação das Associações Empresariais do Maranhão (FAEM) e empresário há 36 anos

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