Agentes de endemias podem parar

Agentes de endemias ameaçam fazer greve

Ontem, a Prefeitura de São Luís pagou um dos quatro meses de benefício devido à categoria; prevenção de doenças como dengue pode ser prejudicada

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
(Agentes)

Os agentes de endemias da capi­tal maranhense – responsáveis especialmente pelo controle vetorial do Aedes aegypti (transmissor da dengue, febre chikungunya e zika) - ameaçam parar as atividades. A alegação de representantes da categoria é que a Prefeitura de São Luís não repassa, há quatro meses, o benefício do vale-transporte.

A ausência de quitação do va­le-transporte foi confirmada, ain­da na semana passada, a O Estado, pela direção do Sindicato dos Agentes de Endemias do Estado do Maranhão. Na ocasião, a entidade informou que o Município cumpriria o pagamento dos débitos até sexta-feira, 16, o que não ocorreu.

Profissionais do setor de endemias também confirmaram a falta de pagamento. “Até agora, mesmo com a divulgação na mí­dia do problema, não obtivemos resposta”, disse um agente de endemia que preferiu não ser identificado e que atua na área do Bequimão.

Ainda de acordo com o agen­te, a paralisação das atividades é uma opção dos trabalhadores. “Já existe uma organização de vários colegas para que não trabalhemos mais. A gente depende do benefício para se locomover, pa­ra ir de um lugar a outro. E não é confortável a pessoa ir trabalhar pagando do seu próprio bolso, ou seja, pagando para trabalhar”, disse.
Outros trabalhadores também disseram que não recebem o va­le-transporte.

“É uma situação que fica ainda mais complicada por ser período eleitoral. Mas o que a gente quer é receber o que a gente tem de direito”, disse um agente de endemia também da área Bequimão, que não revelou o nome por medo de represálias.

Pagamento
Ontem, a Prefeitura de São Luís pagou um mês em atraso. Por meio de nota enviada a O Estado, disse que “está providenciando o repasse referente ao vale-transporte”. Mas não deu prazo sobre quando isso acontecerá totalmente. Mesmo sem receber o benefício, os agentes de endemias afirmam que o valor de R$ 46,00 continua sendo descontado to­dos os meses.

Caso os agentes decidam pela paralisação, o combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, por exemplo, seria prejudi­cado. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), de janeiro a junho deste ano, foram confirmadas 2.467 ocorrências somente de dengue na capital maranhense.

Relembre

Em 2014, o Município autorizou seletivo com 551 vagas para a contratação de novos agentes de epidemiologia e comunitários de saúde. A alegação, à época, é que o efetivo atuaria no controle de doenças, como a dengue, na cidade.

Números

400 é o número total de agentes de endemias na capital maranhense em efetivo exercício das funções;

R$ 46 é o valor descontado dos agentes de endemias, com o vale-transporte;

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