Lançamento

Referências políticas e sociais em disco

Francisco, el Hombre disponibiliza no YouTube, “Soltas Bruxa” o primeiro disco cheio da carreira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Banda Francisco, el hombre fez disco com discurso social e com referências de viagens
Banda Francisco, el hombre fez disco com discurso social e com referências de viagens (Francisco el hombre)

A banda Francisco, el hombre acumula milhas. Foram quilômetros rodados mundo afora para mostrar o EP La Pachanga! (2015), que é imerso em referências multiculturais e em sua origem – o conjunto é formado por dois mexicanos (os irmãos Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte) e três brasileiros (Andrei Kozyreff , Juliana Strassacapa e Rafael Gomes). As viagens também renderam muitas histórias para contar, como quando foram roubados na Argentina e ficaram só com a roupa do corpo (usaram instrumentos emprestados para tocar pelas ruas e conseguir dinheiro para retornar ao país). Muito da experiência adquirida por aí pode ser conferida agora no primeiro disco da banda, “Soltas bruxa”, que está disponível no YouTube.

Com produção assinada por Zé Nigro, o trabalho mantém a energia do quinteto, mas aponta o discurso para outro horizonte (um horizonte nem tão distante). “Exploramos a pluralidade do que somos e observamos na sociedade”, conta Sebastián Piracés-Ugarte.

Contagiado pelo recente momento político e social do Brasil, a banda já havia dado pistas de mudanças com o primeiro single do álbum liberado na internet. Intitulada “calor da rua”, a faixa expõe como a violência doméstica (nem sempre física) está naturalizada em nossa sociedade. Singela, “triste, louca ou má” desconstrói por meio de afirmações o “papel” e o “posto” da mulher na coletividade. “Numa banda formada por quatro homens e uma mulher, se faz necessário trazer ao nosso cotidiano discussões sobre o machismo e a violência de gênero. É a hora de tirar vendas e mordaças”, comenta Juliana, vocalista e percussionista da FEH.

“Em vez de tentar dar uma cara atemporal ao disco, decidimos encarar o agora. E política faz parte de quem somos, mas no La Pachanga! isso ficou escondido”, diz Sebastián. Não à toa, uma das canções recebeu o nome de “bolso nada”. Incisiva e espirituosa, a banda joga purpurina em cima do conservadorismo na política e no cotidiano.


As participações especiais também são contemporâneas. Liniker empresta voz à “bolso nada”, enquanto o grupo Apanhador Só aparece em “tá com dólar, tá com deus”, uma sátira aos valores agregados ao dia a dia.


Cidadãos do mundo, mas com base em Campinas, banda segue cantando em espanhol com sotaque brasileiro e português com sotaque latino. As pinceladas em espanhol foram dadas em “como una flor”, “primavera” e “sincero”.

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