A cantora e compositora Ângela Gullar faleceu na madrugada de ontem, em casa. A artista, que era sobrinha do poeta Ferreira Gullar, tinha 64 anos e há algum tempo estava adoentada, mas a família não quis divulgar a causa da morte. O corpo foi velado na Pax União, Centro e o enterro ocorreu às 17h, no cemitério da Pax União, em Paço do Lumiar. A artista deixou dois filhos.

Ângela Gullar tinha quase 30 anos de carreira. Sobrinha do poeta Ferreira Gullar era cantora e compositora e lançou seu primeiro disco tardiamente, apenas em 2009. Batizado com o nome da artista, o disco foi lançado em um show no teatro Arthur Azevedo, naquele ano. Gravado e lançado de forma independente, o álbum tem 12 faixas marcou a celebração da artista pelos anos dedicados à música.

Ângela Gullar pertencia à geração da música maranhense surgida nos anos 1980 e que teve uma importante contribuição para a mudança dos conceitos da música produzida no Maranhão. Em seu disco de estreia, a artista decidiu registrar em álbum uma homenagem aos seus contemporâneos da música e, embora compositora, assinou apenas a canção “Abolerado Blues”, faixa que abre álbum.

Versátil, Ângela Gullar passeava por diversos estilos como reggae, canção romântica, black music às influências da cultura popular do Maranhão.Ângela Gullar cresceu em um ambiente marcado por influências culturais, desde a literatura, cultura popular e música. Dessa forma aprendeu a admirar vários artistas, entre eles, o maranhense João do Vale, de quem a cantora se declarava grande fâ. Por causa dessa admiração, escolheu para integrar o álbum sucessos como “Carcará “e “Pisa na Fulô”, canções de João do Vale que fizeram sucesso em todo o Brasil e não poderiam faltar no repertório da artista.

No blog que mantinha, Ângela Gullar se definia como sendo artista popular maranhense, cantora, compositora, pesquisadora e produtora cultural; memorialista e historiadora. “Mas, sobretudo, mais uma guerreira na luta pela preservação e difusão da arte e da cultura brasileira, em especial, a cultura do Maranhão, região de uma diversidade étnica e cultural únicas e de uma geografia paradisíaca que necessita urgentemente ser preservada e visitada por todos, com lugares ímpares como os Lençóis Maranhenses, suas praias e rios, ainda, de águas cristalinas, as cidades históricas de Alcântara e Carolina com suas cachoeiras de sonho e matas de um verde infinito...”.

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