Ecos do impeachment

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45

O processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que está na fase final de julgamento no Senado da República, além de mexer com a nação em vários aspectos, pode provocar forte influência no processo eleitoral de São Luís.
Isso porque é comum aos candidatos a prefeito ouvir durante as suas caminhadas e atividades de campanha questionamentos a respeito da situação de Dilma e a possível ascensão de Michel Temer (PMDB).
A coluna já ouviu relatos dos próprios candidatos sobre esse aspecto.
Há duas semanas, num debate promovido pela Arquidiocese de São Luís, manifestantes pró-Dilma elevaram críticas à deputada federal Eliziane Gama (PPS), em decorrência de seu voto, na Câmara Federal, pela admissibilidade do processo de impeachment.
Uma outra ala de manifestantes que ocupava a plateia e que defende a queda de Dilma, manifestou solidariedade à candidata.
Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que integrou o Conselho de Dilma durante o exercício do mandato de deputado federal, também é alvo dos manifestantes pró e contra a petista.
E os demais candidatos, que não têm uma relação direta com o atual Governo Federal ou com o processo em curso em Brasília, também não escapam dos “ecos do impeachment”.
No evento de apresentação de seu plano de governo, Eduardo Braide (PMN), por exemplo, revelou-se impressionado com a influência do processo de cassação de Dilma nas eleições municipais. Ele assegurou ter sido confrontado, em várias ocasiões, por eleitores que queriam saber dos candidatos a prefeito, qual o posicionamento em relação a Dilma e Temer.
O aspecto, que ao que parece ainda não foi aferido nas pesquisas de intenções de votos, demonstra potencial para definir uma parcela considerável de votos na capital.
Mas há quem não dê crédito...

Atacou
O senador Roberto Rocha (PSB) atacou o governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) em seu perfil em rede social.
Ao publicar uma foto de Wellington (PP) e Roberto Rocha Júnior (PSB), ele afirmou que São Luís “precisa de um prefeito com atitude e não que faça da Prefeitura um puxadinho do Palácio dos Leões”.
Foi uma crítica severa sobre a relação entre Dino e Edivaldo.

Bate-boca
Além de atacar Dino e Edivaldo, Roberto Rocha ainda bateu boca com um funcionário da Prefeitura de São Luís, Fábio Henrique.
Fábio afirmou que o “puxadinho” criticado pelo socialista foi o que deu a ele um mandato de senador da República.
Rocha retrucou: “Compreendo sua lógica. Você defende seu salário na Prefeitura.” Mas não parou por aí, ambos trocaram palavras nada amigáveis por um longo período.

“Pra valer”
O início do programa eleitoral no rádio e na TV em São Luís deve dar novos contornos às pesquisas de intenções de votos que serão realizadas nas próximas semanas.
Isso porque elas devem aferir a influência dos programas de cada candidato no eleitorado ludovicense.
E todo esse aspecto, em linhas gerais, é o que norteia as estratégias de campanha para a reta final da disputa.

“Legado”
O deputado Edilázio Júnior (PV) cobrou, do governador Flávio Dino (PCdoB), o reconhecimento às obras e projetos executados pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) em todo o estado.
Ele lembrou que Dino já inaugurou os hospitais macrorregionais de Pinheiro, Caxias, Imperatriz e Santa Inês, além da estação de tratamento de água e esgoto do Vinhais, sem sequer mencionar a autoria das obras.
O parlamentar afirmou que Dino não conseguiu até o momento elevar nenhuma obra própria do plano de governo apresentado em 2014 e disse que o maior legado do comunista, é “dar continuidade aos projetos de Roseana”.

Silenciou?
A medida que se aproxima o fim do julgamento da presidente Dilma Rousseff (PT), no Senado da República, aumenta o silêncio de Flávio Dino em relação ao impeachment.
Na quinta-feira, a coluna Radar On-line, da Revista Veja, destacou uma possível aproximação de Dino ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB).
Seria essa apenas mais uma coincidência?

Derrubou
A Justiça Eleitoral retirou o tempo no rádio e na TV do Partido dos Trabalhadores da coligação de Luciano Leitoa (PSB).
A decisão atende a uma ação proposta pela coligação “Unidos Somos Mais Fortes”, que pediu a inclusão do tempo do PT na propaganda de Alexandre Almeida (PSD).
O PT estava na coligação de Leitoa, mas uma intervenção da direção nacional o conduziu para a coligação de Almeida. Por isso a decisão da Justiça.

Investimento
O deputado federal Hildo Rocha (PMDB) denunciou na Câmara Federal, o sucateamento da saúde pública do Maranhão.
Rocha mostrou dados do Ministério da Saúde e do Portal da Transparência que apontam repasses do Governo Federal ao estado de R$ 205 milhões de janeiro a agosto, no ano passado.
Valor menor que o recebido no mesmo período deste ano: R$ 234 milhões. “O Maranhão recebeu R$ 30 milhões a mais neste ano, mas não está fazendo a sua parte. Investiu menos na Saúde do que o governo que o antecedeu”, disse.

E MAIS

• Com o novo entendimento do STF, as emissoras de TV têm total autonomia para convidar ou não candidatos de partidos que não tenham representatividade na Câmara.

• Roberto Rocha e Flávio Dino estão, definitivamente, em campos opostos para a disputa eleitoral de 2018.

• Todo o volume de obras inaugurado por Flávio Dino nestes quase 2 anos de mandato foi deixado como investimento por Roseana Sarney.

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