A mudança do atual cenário econômico do Brasil está condicionada diretamente à mudança do quadro político e a sua estabilização definitiva. Essa é uma das conclusões do economista Luís Alberto Aranha Machado, que estava na quarta-feira, em São Luís, proferindo uma palestra como parte das comemorações do 162 anos da Associação Comercial do Maranhão (ACM).
O evento aconteceu na sede da ACM, na Praça Benedito Leite, em São Luís, no qual os economistas discorreram sobre os cenários econômicos da atualidade e as perspectivas para o futuro. Os debates reuniram profissionais e estudantes do ramo e de outras áreas.
As discussões foram abertas por Felipe de Holanda, presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), que fez a sua explanação sobre a realidade da economia local. Logo em seguida, foi a vez do economista e conselheiro federal de Economia, Luís Alberto Aranha Machado, que falou para a classe empresarial os cenários econômicos em âmbito nacional e internacional.
Perspectivas – O país atravessa hoje uma crise econômica que traz uma série de consequências. Na avaliação de Luís Alberto Aranha, uma mudança nesse cenário com a vinda de possível melhorias apenas será possível com a definição do cenário político.
“O que nos trouxe aqui foi um conjunto de fatores e estamos no limiar de uma mudança. Eu não tinha nenhuma expectativa de mudança antes da votação definitiva do impeachment. A economia está muito relacionado com a política e enquanto não houver uma definição no quadro político dificilmente a confiança, sobretudo do investidor de fora, irá retornar. As perspectivas são positivas, mas embora ainda não tenha tido uma reação na indústria e no comércio, o mercado financeiro que olha para frente já reagiu.”, destacou.
Ele afirmou também que é necessário reconquistar a confiança dos investidores para mudar a situação econômica do Brasil. Para isso ele disse que é importante que haja uma estratégia de recuperação à media e longo prazo e que ela será colocada em prática de forma consistente.
“A possibilidade de recuperação pode ser mais rápida do que muita gente fala. Economia depende de confiança. Claro que ela não é a única coisa que ‘toca’ a economia, mas é um fator fundamental. Todos os indicados e índices de confiança estavam muito ruins. A medida que se consegui reconquistar a confiança os investimentos voltam. A longo prazo o mundo vê o Brasil de forma positiva. Poucas regiões do mundo podem oferecer o que nós oferecemos como terra, energia e água”, frisou.
Comemorações - O aniversário da mais antiga entidade de classe do Maranhão será festejado até o dia 31 deste mês, onde serão realizados fóruns e outras homenagens. A abertura oficial da programação aconteceu na quarta-feira, dia 2, Campanha de Combate ao Caixa 2, coordenada pela OAB-MA.
No dia 17 de agosto foi realizada a primeira edição do Fórum da Micro e Pequena Empresa, promovido pelo Conselho das MPE’s da ACM. O objetivo é criar oportunidade de negócios para os micro e pequenos empresários.
Encerrando o mês de aniversário da associação comercial, será realizada no dia 31 de agosto a solenidade magna na qual receberá homenagem ao jornal O Estado entre outras entidades deram contribuições para a sociedade.
Na ocasião também será apresentada a nova edição da História do Comércio do Maranhão, iniciativa patrocinada pela Vale e que une a ACM e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) como parceiros. Na solenidade, a Associação Comercial prestará homenagem in memoriam a Jerônimo de Viveiros e Mário Meireles, autores da coletânea reeditada pela entidade.
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A Associação Comercial do Maranhão foi fundada no dia 21 de agosto de 1854, por meio de uma eleição feita por membros do setor terciário, à época. O primeiro presidente da instituição (que ficou conhecida inicialmente por Comissão da Praça) foi o comendador João Gualberto da Costa, considerada figura importante. Em 1878, sob o comando de José da Cunha Santo Júnior, a entidade se transformou em Associação Comercial do Maranhão (ACM).
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