Precário

Moradores de palafitas reivindicam melhorias

Eles afirmam estar inscritos no programa Minha Casa, Minha Vida, mas nunca foram contemplados com imóvel; enquanto isso, permanecem em condições subumanas, em casebres sobre as águas na área da Vila Palmeira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Sob as palafitas erguidas no mangue, na Vila Palmeira, garrafas pet e outros materiais descartados formam um mar de lixo no local
Sob as palafitas erguidas no mangue, na Vila Palmeira, garrafas pet e outros materiais descartados formam um mar de lixo no local (Palafitas)

Qual a sensação de morar em meio ao lixo e conviver diariamente com os diversos problemas provenientes dele? Algumas pessoas não saberiam dar a resposta. Outras o fariam com naturalidade, uma vez que essa é sua realidade. E quem responderia seriam os moradores de palafitas na Vila Palmeira, em São Luís, que se acostumaram com a vida subumana que levam.

Mas não é pelo fato de terem se acostumado com a situação que essas famílias não buscam melhorias em sua qualidade de vida. Ao contrário, essas pessoas vêm há tempos reivindicando à Prefeitura de São Luís a oportunidade de serem incluídas no programa de aluguel social ou serem contempladas com imóveis do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. No entanto, até o momento não tiveram seu pleito atendido.

Sem condições
No fim da 1º Travessa do Ribeirão, na Vila Palmeira, tem início o conjunto de palafitas. Na região conhecida como Salina de Baixo, diversos casebres foram construídos um ao lado do outro sobre o mangue e principalmente sobre um verdadeiro mar de lixo que passa debaixo dos barracos.

E não é exagero afirmar que abaixo das casas há um mar de lixo. Sobre as águas dos mangues existem os mais diversos tipos de materiais descartados: garrafas pet, sacolas, litros, pneus, restos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos e até móveis velhos. Soma-se a isso o intenso mau cheiro proveniente de toda essa mistura.

Os moradores das palafitas estão no local há cerca de cinco anos. A maioria deles vivia de aluguel. No entanto, não teve mais condições financeiras de arcar com as despesas. Sem ter outro local para viver, palafitas foram erguidas sobre o mangue.

“Eu moro aqui há cinco anos e nunca veio ninguém para ver nossa situação. Todos temos inscrição no ‘Minha Casa, Minha Vida’, mas nunca fomos chamados”, afirmou a autônoma Glacileia Camelo Madeira.

A situação é semelhante à dos demais moradores da região. Além da precária moradia, outro drama é quando a maré enche e a água invade as casas. Sem ter opções, as pessoas têm de sair de casa para esperar a água baixar e assim poder limpar a sujeita que ficou.

“Quando chegam as eleições, o que mais aparece é vereador dizendo que vai fazer alguma coisa. Todas passam e ninguém batalha por nós. Queremos uma posição da Prefeitura, porque da forma como está não podemos mais continuar”, disse Wanda Maria Sousa.

Por causa das precárias situações, muitos moradores adoecem, como foi o caso Luzenilde Moreira, que passou oito dias internada no hospital por causa de uma infecção intestinal. “Nem todo dia nós bebemos água filtrada. Aí ficamos nessa situação”, contou.

A Prefeitura de São Luís foi procurada para saber se está ciente das reivindicações dos moradores das palafitas da Vila Palmeira e o que pode ser colocado em prática para resolver essa questão, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi obtida.

SAIBA MAIS

Além da Vila Palmeira, nas regiões da Ilhinha, Comboa e Ipase também é comum observar palafitas sobre áreas de mangue, causando a devastação desse tipo de ecossistema.

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