Segundo pesquisa

Tarifa zero no transporte público tem rejeição no Congresso

Associação de empresas de transportes divulgou números que mostram que parlamentares brasileiros rejeitam a ideia

OESTADOMA.COM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Representantes do setor defendem que seja criado uma nova contribuição municipal sobre combustíveis
Representantes do setor defendem que seja criado uma nova contribuição municipal sobre combustíveis (O serviço de transporte de passageiros de São Luís deverá melhorar, conforme exigências da licitação)

BRASÍLIA - Os parlamentares brasileiros rejeitam a ideia de tarifa zero para o transporte público, assim como tomadores de decisão e formadores de opinião do setor, mostra pesquisa divulgada hoje (23) pela Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

A pergunta foi feita a 224 deputados e 25 senadores, de 27 partidos diferentes. A tarifa zero é desaprovada por 71,8% deles, enquanto 16,7% aprova. O restante não opinou. Entre os 100 economistas, gestores municipais, estaduais e federais entrevistados, a rejeição chega a 85%.

Já em relação à origem dos recursos para financiar o transporte coletivo, os dois grupos divergem. Enquanto grande parcela dos parlamentares, 47,5%, disse que o dinheiro deve vir dos orçamentos públicos, a maior parte dos especialistas e gestores, 33%, respondeu que usuários de carro sejam a principal fonte de custeio.

Para isso, os representantes do setor defendem que seja criado uma nova contribuição municipal sobre combustíveis cujos recursos seriam destinados somente à operação do transporte coletivo. O objetivo é desincentivar o deslocamento individual e permitir uma redução do preço das passagens. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o tributo tramita desde 2007 na Câmara.

“Não mexe na Cide atual, porque o governo não quer que mexa nesse recurso”, disse Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da associação. “As simulações que a gente fez é que 10 centavos no preço da gasolina pode representar uma arrecadação de R$ 11 bilhões por ano. Isso é mais ou menos 30% do custo do transporte público hoje no Brasil. Com isso, as tarifas poderiam ser reduzidas em R$ 1,20.”

A proposta, no entanto, tem como obstáculo a aversão geral à criação de novos impostos, sobretudo em ano eleitoral. “Vai ser muito difícil aprovar essa proposta este ano”, reconheceu o deputado Júlio Lopes (PP-RJ), que defende a proposta na Câmara. “Mas é um trabalho que tem que ser feito a longo prazo. Há que se ter a visão de que a instituição da Cide municipal implica na revisão de alguns impostos federais que estão em demasia", acrescentou.

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