Solidariedade

Apesar das doações, Santa Casa ainda passa por dificuldades

Gêneros alimentícios e materiais hospitalares chegam diariamente, mas são rapidamente utilizados com pacientes; dívida do hospital superou R$ 1,1 milhão e 89 funcionários tiveram de ser demitidos por falta de dinheiro para mantê-los

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
No almoxarifado da Santa Casa de Misericórdia estão os alimentos recebidos diariamente por doação
No almoxarifado da Santa Casa de Misericórdia estão os alimentos recebidos diariamente por doação (Alimentos)

Esta semana completou um mês desde que o pro­­vedor da Santa Casa de Misericórdia de São Luís, o médico Abdon Murad, publicou em seu perfil em uma rede social um apelo de ajuda para o hospital, que precisava urgentemente de gêneros alimentícios e materiais hospitalares. Ontem, O Estado voltou ao hospital, visitou o almoxarifado da instituição e comprovou que as doações estão chegando, mas ainda falta muito para que a situação chegue a um nível aceitável.

Na quarta-feira, 17, por exemplo, servidores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), capitaneados pelo desembargador Lourival Serejo, presidente da casa, fizeram uma grande doação de material hospitalar e gêneros alimen­tícios, mas, segundo Adriana Fran­ça, administradora do hospital, todo esse material deve durar no máximo uma semana, e isso porque eles estão racionando tudo.

Crise financeira
Há anos a Santa Casa de Misericórdia de São Luís, o mais antigo e tradicional hospital da cidade, atravessa uma crise financeira. Em janeiro deste ano, a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) emitiu nota pública, em que alertava pa­ra a situação de calamidade que essas instituições de saúde enfrentam em todo o país, por causa do repasse insuficiente de recursos. No mês passado, as dívidas da unidade chegavam a R$ 1,1 milhão, o que forçou a direção da unidade a demitir 89 funcionários e a diminuir 75% de sua capacidade de realização de cirurgias. Isso derrubou a quantidade de procedimentos de 60 para 15 por dia.

A principal renda do hospital, além das doações, são os valores pagos pelo SUS por cada procedimento realizado. Mas, confor­me explicou Abdon Murad, há 14 anos a tabela do SUS não é reajustada e os valores repassados não são suficientes para garantir a manutenção da casa. Além dos gastos com material e profissionais, por dia o hospital serve em média 200 refeições, podendo variar para mais ou menos, dependendo da demanda.

Doações
De acordo com a administração da Santa Casa, todo dia chega um pouco de cada coisa: frutas, material hospitalar, comida, material de limpeza, etc. Na quarta-feira, o TRE fez sua doação, in­cluindo arroz, margarina, açúcar, leite (desnatado, integral e sem lactose), demais gêneros alimentícios, luvas, ataduras, etc.

Quem também vem fazendo muitas doações são grupos maçônicos, que já entregaram mais de 100 cestas básicas e 600 quilos de frango ao hospital. Igrejas já fizeram doações, bem como moradores de condomínios, empresas e pessoas comuns, a maioria acompanhantes que vão lá e deixam algo.

Mais pedidos
Mesmo com as constantes doações, se faz necessário que as pessoas continuem com seu ato solidário, já que tudo o que é re­cebido é consumido muito rápido. As doações para a Santa Casa estão sendo recebidas no hospital, em três setores diferentes, em horário comercial: administração, aos cuidados de Adriana França; almoxarifado, com Jane Diniz, e internação, com Elisabete Ribeiro.

Segundo Abdon Murad, a unidade precisa de praticamente tudo, mas alguns materiais, como medicamentos, são muito caros e demandam acompanhamento mais específico para a compra. Por isso ele pediu apenas luvas, gaze, atadura gessada e alimentos.

Doação financeira

As doações para a Santa Casa também podem ser feitas em dinheiro por depósito em conta do Banco do Brasil.

Conta para doações
Banco do Brasil
Agência: 0020-5
Conta: 87269-5

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