Descaso

Árvores em canteiros centrais de avenidas estão morrendo

Na Via Expressa e na Av. dos Holandeses, as mudas estão mortas ou secando por falta de cuidados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

Algumas árvores plantadas em canteiros centrais de grandes avenidas de São Luís estão morrendo por falta de cuidado. Como elas não estão sendo irrigadas como deveriam, ficam ressecadas e morrem, contribuindo principalmente para a elevação da temperatura na capital.

A arborização urbana proporciona às cidades muitos benefícios relacionados à estabilidade climática, ao conforto ambiental, na melhoria da qualidade do ar, bem como na saúde física e mental da população, além de influenciar na redução da poluição sonora e visual.

Porém, é fundamental que exista um bom planejamento para a adaptação das espécies escolhidas e inseridas no espaço urbano, evitando assim, problemas e prejuízos envolvendo a rede elétrica, rede de água e a rede de esgoto, os passeios e obstáculos de circulação.

Morte
É por causa da falta de planejamento que algumas espécies plantadas recentemente em São Luís estão morrendo. Além de não estarem sendo irrigadas, elas foram plantadas em época de escassez de chuvas e aumento da temperatura na cidade. O resultado são plantas com o aspecto ressecado e em sua grande maioria morta.

No canteiro central da Via Expressa, diversas mudas foram plantadas pela Prefeitura , não apenas para arborizar a via, mas para aumentar a área verde da cidade, mas a ação não teve o objetivo alcançado.

Na Avenida dos Holandeses, na Ponta d’Areia, também é possível ver situação semelhante, com plantas mortas. A escassez das chuvas aliada ao aumento da temperatura contribuem com a situação.

Para o engenheiro Agnaldo da Silva Nunes, é um desperdício de dinheiro público, pois as árvores são plantadas utilizando o dinheiro arrecadado com os impostos, mas não há um cuidado posterior com elas.

“Eles plantam quando há a seca. Quando chegar em setembro, não vai haver nenhuma árvore dessa aí porque elas estarão mortas. Quando chegar no próximo ano ele plantam de novo. Todos os anos é assim, um absurdo. Por que não há a plantação em janeiro quando está chovendo? É isso que tem de ser feito. Tem que pensar na população, porque é dinheiro de todo mundo”, disse o engenheiro, ao referir-se à situação das árvores mortas na Via Expressa.

Cuidados
De acordo com o professor Hamilton Almeida, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), e pós doutor em Fruticultura, uma série de cuidados devem ser tomados no momento de arborização da cidade. “O importante não é apenas plantar, mas tomar todos os cuidados”, disse.

Um desses cuidados alertados pelo professor é o plantio na época certa. Na capital maranhense, a plantação da árvore deve ser feita no período chuvoso. “No começo do inverno é o período ideal. Mesmo assim a irrigação deve ser feita diariamente. Se não tiver esse manejo, no inverno já gera um problema, imagina no verão”, disse. Outros cuidados que devem ser tomados é a poda e a remoção de pragas que causam danos nas plantas.

Ele afirmou que algumas espécies de plantas são as mais indicadas para a arborização de centro urbanos como os Pau d’Arco, Angico, Andiroba e as Palmeiras. “Um dos problemas também é a seleção de plantas. Devem ser plantadas as espécies nativas e as fruteiras, pois elas, além de contribuírem no aspectos paisagístico, dão frutos”, destacou.

O Estado entrou em contato com o Instituto Municipal de Paisagismo e Urbanismo (Impur) em busca de um posicionamento sobre a situação mostrada na reportagem, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.

SAIBA MAIS

Além de ser um serviço público, a arborização urbana é um patrimônio que deve ser conhecido e conservado para as futuras gerações, pois traz muitos benefícios ao homem, como proporcionar um melhor efeito estético, sombra para os pedestres e veículos, proteger e direcionar o vento, amortecer o som, amenizar a poluição sonora, melhorar a qualidade do ar e preservar a fauna silvestre.

Planejar a arborização de ruas é escolher a árvore certa para o lugar certo sem se perder nos objetivos do planejador e nem atropelar as funções ou o papel que a árvore desempenha no meio urbano. É fazer o uso de critérios técnico-científicos para o estabelecimento da arborização nos estágios de curto, médio e longo prazo.

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