Petistas espalhados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

O governador Flávio Dino (PCdoB) tem coordenado pessoalmente os caminhos que o PT deve ter nas eleições municipais. Ele usa de influência na direção nacional para promover até intervenção nos diretórios, como é o caso de Pinheiro, onde o comunista conseguiu impedir a aliança dos petistas com o PMDB, do prefeito Filuca Mendes.
Em São Luís, foi também Flávio Dino o condutor do direcionamento do PT, que foi aliar-se ao prefeito Edivaldo Júnior (PDT) numa espécie de “condução coercitiva”, sem direito a discutir, pelo menos, a formação das alianças proporcionais.
Mas a imposição do governador no braço maranhense do partido da presidente Dilma Rousseff gerou revoltas em petistas menos alinhados ao projeto comunista. E muitos deles buscaram outras alternativas em São Luís, que vão desde apoio oficial e aberto à deputada Eliziane Gama (PPS) até alianças com os candidatos da ultraesquerda, como o professor Valdeny Barros, do PSOL.
Líder de uma das principais correntes do PT na capital maranhense, o militar Joab Jeremias assumiu publicamente seu apoio a Eliziane, ao lado de outros coletivos.
Outros, ligados ao próprio Flávio Dino - como os secretários Chico Gonçalves (Direitos Humanos) e Márcio Jardim (Esportes) - que atuaram fortemente pela indicação do advogado Mário Macieira para compor a vice, decidiram cruzar os braços após a escolha do comunista Júnior Pinheiro como companheiro de chapa do prefeito.
A rigor, apenas os petistas da chamada ala peemedebista do partido - aquela que apoiou oficialmente o governo Roseana Sarney - vestiram a camisa do prefeito Edivaldo Júnior. Estão nesta lista o deputado estadual Zé Inácio e os presidentes estadual e municipal da legenda, Raimundo Monteiro e Fernando Magalhães, respectivamente.
O espalhamento de petistas pelas mais diversas candidaturas mostra duas situações claras: o governador Flávio Dino não tem o controle integral da legenda que quer como parceira em 2018, e o partido continua sem um rumo definido e coeso no Maranhão.

Registro
Os candidatos a prefeito, vice-prefeito e a vereador da capital têm somente até a próxima segunda-feira para registrar candidatura na Justiça Eleitoral.
O prazo foi determinado pela própria Justiça, que orienta os candidatos a se apresentarem no cartório eleitoral competente, com o requerimento para registro.
Na capital, o único candidato a prefeito que informou à imprensa já ter cumprido o protocolo foi Wellington do Curso (PP).

Segundo turno
O governador Flávio Dino (PCdoB) avaliou o atual cenário político eleitoral da capital, numa entrevista concedida no Palácio dos Leões.
À imprensa, ele afirmou acreditar que os candidatos Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e Eliziane Gama (PPS) irão para o segundo turno.
Ele também assegurou envolvimento no processo eleitoral somente nos fins de semana. Pois é.

Ele próprio
O médico Zeluís Lago, candidato do PPL a prefeito de São Luís, mantém uma estrutura absolutamente enxuta na campanha.
Sem nenhum segundo na propaganda eleitoral, sem carros de som, equipes de comunicação ou assessores, ele próprio conduz sua relação com o eleitor.
Para a sabatina de O Estado, por exemplo, todos os contatos foram feitos diretamente com o candidato.

Mudança
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode provocar mudança na bancada maranhense na Câmara dos Deputados.
Em votação realizada ontem, os ministros da corte decidiram que o julgamento de contas de prefeitos deve ser feito por Câmaras, não por Tribunais de Contas.
Assim, os votos do ex-prefeito Deoclides Macedo (PDT) podem acabar sendo recontados, garantindo vaga direta a Julião Amin (PDT), tirando o mandato de Alberto Filho (PMDB).

Transparência
A deputada federal Eliziane Gama (PPS) escorregou nos dados ao criticar a transparência da gestão Edivaldo Holanda Júnior (PDT) durante a Sabatina O Estado.
Disse ela que o Município de São Luís é o 2º menos transparente do país. A Prefeitura mostrou que em dois rankings - da CGU e do MPF - a cidade está bem acima disso.
Eliziane foi às redes sociais tentar manter sua versão: reafirmou que São Luís é a 2º pior no quesito, mas apresentou um gráfico de 2014, em que a cidade é a 3ª pior.

Silêncio
Rapidíssimos ao contestar os dados da transparência apontados por Eliziane, os aliados de Edivaldo silenciaram em relação a outros aspectos denunciados por ela.
Nada disseram, por exemplo, sobre acusação de que a Prefeitura perdeu mais de R$ 1 bilhão em recursos federais por falta de projetos de infraestrura e Educação.
Também não responderam à informação de que não é verdadeiro o discurso de Edivaldo, segundo o qual a atual gestão recebeu a Prefeitura com rombo de mais de R$ 1 bilhão.

Mais uma
O instituto Exata divulgará na sexta-feira, 12, mais uma pesquisa sobre a corrida eleitoral em São Luís.
Será a segunda consulta realizada pela empresa na capital neste ano, mas a primeira após as convenções partidárias.
Em junho, por ocasião do primeiro levantamento, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e a deputada federal Eliziane Gama (PPS) apareciam rigorosamente empatados.

E MAIS

• O diretório municipal do PSOL estava impossibilitado de receber correspondências, semana passada, por falta de energia elétrica no prédio.

• O vereador Fábio Câmara esteve ontem no comando do INSS, em Brasília, acompanhado do deputado federal Hildo Rocha.

• A sabatina de O Estado deve entrar no calendário eleitoral do Maranhão como o primeiro encontro dos candidatos com o eleitor.

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