Atraso

Disque-Denúncia não paga salários há três meses, dizem funcionários

Eles afirmam, ainda, que estão sendo coagidos a não expor a situação, caso contrário correm o risco de demissão; atendimento está comprometido

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Sem receber salários, funcionários do Disque-Denúncia estão desanimados e atendimento é prejudicado
Sem receber salários, funcionários do Disque-Denúncia estão desanimados e atendimento é prejudicado (Disque denuncia)

Funcionários do Disque-Denúncia, em São Luís, afirmam que estão há três meses sem receber salários. A denúncia foi encaminhada a O Estado por um dos funcionários do serviço, que preferiu não ter a identidade revelada, com medo de represálias.

Segundo a denúncia do empregado, aqueles que estão externando o problema estão sendo fortemente repreendidos pela direção, e uma dessas represálias é a demissão.

Comprometimento
Há três meses sem receber os salários, os funcionários do Disque-Denúncia sentem-se desmotivados a exercer suas atribuições. Como consequência, eles faltam aos postos de trabalho, comprometendo o atendimento das denúncias feitas pela sociedade, uma vez que por meio das informações repassadas pelo Disque-Denúncia os órgãos de segurança pública do Estado podem traçar as suas estratégias para combater a criminalidade na capital maranhense.

Ainda de acordo com o funcionário, desde o momento em que a Polícia Civil assumiu a coordenação do serviço, os problemas se intensificaram. “Os funcionários estão há três meses com salários atrasados. Desde que a Polícia Civil assumiu o órgão, eles nunca estiveram com os vencimentos em dia e foram todos enquadrados em um salário mínimo, independentemente da hierarquia ou função”, disse.

Atualmente, a empresa à qual os funcionários do Disque-Denúncia são vinculados é a Supritech, mas os empregados não sabem a quem recorrer para tratar do atraso salarial. “Tanto a SSP [Secretaria Estadual de Segurança Pública], quanto a Supritech fazem um jogo de empurra-empurra, jogando a culpa um no outro”, destacou.

Com o passar do tempo, houve ainda uma redução no quadro de funcionário, passando de 38 para os atuais 19, que são atendentes de telemarketing. Todas as coordenações foram entregues para a Polícia Civil e, dessa forma, as denúncias feitas contra os policiais não são investigadas.

Ciops
Funcionários do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) também vivem drama semelhante. O atraso no pagamento dos seus salários acontece constantemente e por diversas vezes foi denunciado por O Estado.

Merly Soares é ex-funcionária do centro e contou que pediu demissão por causa dos atrasos salariais. “Não recebi nem o mês de junho e apenas e metade de julho. Eu estava adoecendo ali. Já estou na Justiça para receber os meus direitos”, afirmou. O Governo do Estado foi procurado, em busca de um posicionamento sobre a situação, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.

SAIBA MAIS

O Disque-Denúncia dispõe de telefones para que as pessoas façam as suas denúncias. Para quem mora em São Luís, o contato é 3223-5800. Para outras regiões do estado, as pessoas devem ligar para 0300 3135 800. O serviço também dispõe de um número do WhatsApp, o 99224-8660. No início do mês, o serviço inovou e lançou um aplicativo para Smartphone.

Por meio deles, os usuários podem enviar fotos, vídeos, áudios e até documentos que ajudem a polícia a elucidar crimes cometidos no estado. As denúncias são anônimas e a ferramenta funciona 24 horas.

O serviço foi criado em 2008. Desde o dia 26 de maio do ano passado, deixou de ser um programa de direitos humanos da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), administrado pela sociedade civil, e se tornou um setor do Centro de Inteligência da Polícia Civil.

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