A coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, informou na edição de ontem que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi citado em delação premiada feita por executivos da Odebrecht investigados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato como o destinatário de recursos de caixa dois para campanha eleitoral.
Segundo a publicação, o comunista maranhense é um dos 20 governadores citados na delação – foi nominalmente apontado, ainda, o ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB).
Dino teria recebido R$ 200 mil da empreiteira na campanha eleitoral de 2010, quando acabou derrotado no primeiro turno pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). O governador não comentou a denúncia, mas o PCdoB emitiu nota negando o recebimento de verba oriunda de pagamento de propina naquele ano.
“Na ocasião, fizemos uma campanha com escassa estrutura, enfrentando um dos maiores impérios da política brasileira: o grupo Sarney”, diz a manifestação do partido.
Outro caso – Essa não é a primeira suspeita de envolvimento do governador do Maranhão com empresas investigadas pela PF na Operação Lava Jato.
No fim de 2014, quando Flávio Dino ainda nem sequer havia assumido o mandato à frente do Executivo estadual, um levantamento publicado pela Folha de S. Paulo já apontava que o comunista recebeu pelo menos R$ 1,45 milhão em doações de campanha da UTC-Constran e da OAS.
Ao pesquisar no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) detalhes das doações à campanha do governador, no entanto, O Estado descobriu que o valor repassado por empresas ligadas ao esquema de pagamento de propinas na Petrobras ultrapassa em R$ 600 mil o revelado pela Folha.
A OAS é a maior doadora de Flávio Dino. Diretamente ao candidato foram repassados R$ 1.157.000,00, divididos em depósitos que vão de R$ 7,5 mil a R$ 580 mil.
Além disso, outros R$ 600 mil foram depositados na conta do Diretório Nacional do PCdoB e posteriormente transferidos à conta do comitê de campanha comunista - esse valor acabou não sendo registrado pelo levantamento da Folha de S. Paulo.
Já a Constran-UTC Engenharia doou R$ 300 mil, divididos em dois cheques, um de R$ 200 mil e outro de R$ 100 mil. Nesse caso, o recurso foi depositado na conta da direção estadual do PCdoB, que repassou o dinheiro à campanha do candidato.
Em nota emitida à época, a direção estadual do PCdoB alegou que as mesmas empresas que doaram a Flávio Dino o fizeram também à presidente Dilma Rousseff e ao senador Aécio Neves e que os recursos foram repassados de forma legal.
Os comunistas argumentaram, ainda, que, à época das doações, ainda não havia denúncia formal contra nenhuma das empresas investigadas. "Não havia à época nenhuma denúncia formalizada contra elas. Todas as doações realizadas à campanha do governador eleito Flávio Dino ocorreram dentro dos ditames da lei e foram devidamente incluídas na prestação de contas ao Tribunal Regional Eleitoral", dizia o comunicado oficial do PCdoB.
PCdoB nega existência de caixa dois
Diante de texto publicado pelo jornalista Lauro Jardim, o PCdoB do Maranhão esclarece que não é verdadeira a existência de caixa dois para financiamento da nossa campanha eleitoral a governador em 2010, supostamente oriunda da empresa Odebrecht.
Na ocasião, fizemos uma campanha com escassa estrutura, enfrentando um dos maiores impérios da política brasileira: o grupo Sarney.
A prestação de contas com o que foi gasto durante a campanha foi apresentada à Justiça Eleitoral e aprovada, o que torna a suposta notícia ainda mais absurda.
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