Imigração

Chegada de cubanos aos EUA nos últimos 10 meses supera 2015

Levantamento mostra um novo crescimento na imigração de cubanos, desde a retomada das relações entre países

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
(Cubanos chegam a Capurgana, na Colômbia, de onde tentam cruzar para o Panamá rumo aos EUA)

Havana - O número de cubanos que chegaram aos Estados Unidos nos últimos 10 meses já superou o contingente que foi ao país no ano fiscal de 2015 (iniciado em outubro de 2014), segundo dados do governo americano.

O dado, revelado pelo Centro de Pesquisa Pew nesta sexta-feira,5, mostra um novo crescimento na imigração de cubanos, que vem subindo desde a retomada das relações entre Havana e Washington, em dezembro de 2014.

Segundo o Departamento de Segurança Interna, 46.635 cubanos entraram por terra ou mar entre outubro de 2015 e junho, 8% a mais que as 43.159 pessoas que ingressaram entre outubro de 2014 e setembro de 2015.

A expectativa é que, até setembro, sejam registradas mais de 50 mil entradas, mas não deverá ser superada a alta de 78% das entradas de 2015 em relação a 2014, quando 24.278 cubanos chegaram aos Estados Unidos.

Com a retomada das relações entre EUA e Cuba, muitos cidadãos da ilha temiam que Washington acabasse com a Lei de Ajuste Cubano, que permite a residência permanente de forma automática em um ano.

O crescimento também foi impulsionado pela retirada dos limites de viagem pelo regime do ditador Raúl Castro. Isso alterou a tendência de entrada, que passou a ser em sua maioria terrestre.

A maior parte viajou até o Equador, um dos poucos países da América Latina a permitir a entrada de cubanos sem visto, e de lá seguiu subindo a América Central, o México e entrando pelo Estado americano do Texas.

O uso da rota fez com que aumentasse em 82% a entrada de cubanos pelo posto de fronteira de Laredo, que recebe 64% dos imigrantes cubanos, e em 589% na cidade texana de El Paso.

Restrições

A tendência de alta, porém, deverá ser reduzida nos próximos meses devido às restrições impostas pelos países da América Central e pela reinstalação da exigência de visto no Equador em novembro.

O primeiro a colocar barreiras foi a Nicarágua, cujo presidente, Daniel Ortega, é aliado de Havana. Isso fez com que milhares de cubanos ficassem retidos na Costa Rica e no Panamá no final de 2015.

A crise foi resolvida em fevereiro, com acordo entre os governos costa-riquenho e mexicano para recebê-los sem exigência de visto. Os cubanos foram levados de avião até a Guatemala, de onde seguiram viagem.

Dois meses depois, Panamá e Costa Rica endureceram as regras de entrada, levando a crise migratória à Colômbia. Desde junho, quase 2.000 cubanos estão retidos na cidade de Turbo a espera de liberação panamenha.

No mês passado, 151 cubanos que haviam acampado na embaixada do México em Quito para pedir passagem pelo país foram enviados de volta a Cuba pelo governo equatoriano, outro aliado do regime de Raúl Castro.

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