Comércio exterior

Três produtos concentram 85% do valor das exportações do MA

De acordo levantamento realizado pelo Ministério Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os produtos de maior destaque no comércio exterior maranhense são a alumina, a celulose e a soja em grão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Eduardo Campos destaca alguns itens da pauta exportadora do estado/Divulgação
Eduardo Campos destaca alguns itens da pauta exportadora do estado/Divulgação (Exportações)

SÃO LUÍS - Levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostra que a pauta exportadora do Maranhão está concentrada em apenas três produtos, que respondem por cerca de 85% das vendas externas do estado. Os itens em questão são a alumina, celulose e soja, responsáveis por US$ 950 milhões do total de US$ 1,119 bilhão exportado no primeiro semestre deste ano.

Dos três produtos, destaque para a alumina produzida pelo Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), que responde por 37,3% do que é comercializado no estado para o mercado exterior, somando US$ 418 milhões em negócios. Até abril do ano passado, em torno de 60% da alumina produzida na Alumar era destinada ao seuconsumo próprio (matéria-prima do alumínio) e o excedente embarcado pelo porto para demais clientes.

Mas, com a suspensão da fabricação do alumínio primário a partir daquele mês, a alumina passou a ter mais destaque nas exportações da empresa.
De acordo com os dados do MDIC, o segundo produto de maior representatividade nas exportações do estado é a celulose (27,6%), cujas vendas no primeiro semestre somaram US$ 309 milhões, seguido da soja (19,9%), com US$ 223 milhões. Os demais produtos que integram a pauta são o ferro fundido (6,3%), óleos combustíveis (2,7%), algodão (2,0%), farelo de soja (0,9%), bovinos vivos (0,8%), milho em grãos (0,5%), carne bovina (0,4%) e couros e peles (0,2%).

Assim, a pauta das exportações do Maranhão compôs-se de 24,9% de produtos básicos; 34,1% de semimanufaturados; 40,3% de manufaturados e 0,7% de operações especiais. No acumulado do ano, o desempenho das três principais categorias foi o seguinte: queda de 38,9% em básicos; queda de 24,4% em semimanufaturados; e queda de 17,3% em manufaturados.

As exportações maranhenses tiveram como principais destinos os mercados da China (16,2%), Estados Unidos (14,6%), Canadá (13,6%), Itália (10,8%), Países Baixos e Argentina (8,5%), Noruega (3,6%), Espanha (3,1%), França (3%) e Islândia (2,9%). Os números do MDIC revelam que, de janeiro a junho deste ano, 70 empresas brasileiras realizaram exportações do Maranhão contra 61 registradas em igual período de 2015, implicando aumento de 14,8% no período. No entanto, o valor das vendas externas do estado caiu 26,4% em relação a igual período do ano anterior, passando de US$ 1,520 bilhão para US$ 1,119 bilhão.
Com isso, a participação do Maranhão recuou de 1,6% para 1,2%, posicionando-o como o 13º exportador do Brasil no acumulado do ano. Na Região Nordeste, o estado foi o 2º exportador, com participação de 18,3% no período.

Importações

Já as importações do estado atingiram US$ 1,149 bilhão de janeiro a junho, implicando decréscimo de 56,2% sobre o valor de igual período do ano anterior, que totalizou US$ 2,626 bilhões. A participação do Maranhão caiu de 2,9% para 1,7%, tornando-se o 13º importador brasileiro no acumulado do ano e 4º no Nordeste.
Os principais produtos importados pelo estado foram óleos combustíveis (33,6%), gasolina (23,1%), etanol (7,9%), querosene de aviação (5,4%), máquinas de movimentação de carga (4,8%), soda cáustica (4,0%), cloreto de potássio (2,9%), carvão (2,8%), adubos/fertilizantes c/nitrogênio, fósforo e potássio (2,6%), veículos e materiais para vias férreas (2,2%) e elementos de vias férreas (2,0%).

No período, contabilizaram-se 95 empresas sediadas no estado que efetuaram importações, ante 104 empresas no intervalo de janeiro a junho do ano passado.

Preços de commodities têm leve recuperação

O consultor econômico da Federação do Comércio do Maranhão (Fecomércio), Eduardo Campos, ressalta que a economia mundial não está bem e que os preços no mercado internacional ainda estão baixos, embora os itens das commodities que o Maranhão exporta apresentaram leve recuperação de seus preços, como a soja, minério de ferro e alumínio.
Entre os itens da pauta exportadora maranhense, Eduardo Campos destaca a comercialização de boi em pé, que em 2015 totalizou 12 mil cabeças e de janeiro a junho deste ano já alcançou 11.040 cabeças, correspondendo ao valor de US$ 8,9 milhões. No complexo bovino, tem-se ainda a exportação de carnes congeladas e couros.
Ele também cita a participação expressiva da pasta de celulose na pauta exportadora do estado, um produto que há pouco tempo começou a ser produzido pela Suzano Papel e Celulose na fábrica localizada em Imperatriz e que já ocupa a segunda posição em valor exportado.
Outro dado importante apontado pelo consultor econômico é que o déficit da balança comercial maranhense (saldo das exportações e importações) caiu de US$ 1,1 bilhão no acumulado de janeiro a junho de 2015 para US$ 30,2 milhões no mesmo período de 2016.

Brasil
Com relação ao Brasil, Eduardo Campos diz que embora oscile entre sétima e oitava economia mundial, ocupa apenas o 25° lugar no ranking de países exportadores. Entre as nações que integram o chamado Brics, o Brasil tem a menor participação de exportações em relação ao PIB: 27%, enquanto chega a 64% na África do Sul, 53% na Índia, 51% na Rússia e 50% na China.
A China, sem considerar os blocos, mas apenas países, é o maior comprador do Brasil. Do total das exportações brasileiras em 2015, 18,6% (U$ 35,6 bilhões) foram para aquele país asiático, número 11,3% menor do que no ano anterior. O preço das commodities (principal pauta da exportação brasileira) depende muito da economia chinesa.

Mais

A conjunção de fatores positivos, como tendência de inflação mais baixa, queda menos acentuada do PIB e expansão neste momento das exportações impulsionadas pela alta do dólar, e negativos, como o cenário internacional turbulento e a ainda não superada crise política brasileira, não justificam um otimismo no curto prazo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.