Financiamento

mercado vê com otimismo e cautela nova regra

Caixa já está operando o limite de até R$ 3 milhões para financiamento de imóveis para a classe média alta; para o Sinduscon o mercado precisa de outras medidas que deem mais confiança

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Diretor da Ronierd Barros, Luís Dorneles, diz que novo limite de crédito deve impulsionar vendas
Diretor da Ronierd Barros, Luís Dorneles, diz que novo limite de crédito deve impulsionar vendas (Luís Dorneles)

SÃO LUÍS - Em vigência desde o dia 25 de julho, o novo limite de financiamento de imóveis pela Caixa Econômica, que passou de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões, beneficiando a classe média alta, foi recebido com otimismo, mas, também com cautela por parte dos empresários da construção civil.

Os empresários da construção entendem que a medida dará um impulso tanto ao setor, quanto para os consumidores de alta renda, que pretendem adquirir um imóvel. Ou seja, vislumbram uma recuperação da atividade, ainda que ainda enxerguem um cenário bastante adverso.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon), Fábio Nahuz, ainda que a medida tomada pela Caixa seja necessária, não resolve a situação do setor, pois é destinado somente ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o qual não se pode utilizar recursos do FGTS, usado somente no Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

“Então, é apenas um paliativo. O mercado precisa de outras medidas que garantam mais confiança e incentivos. Nossa expectativa é de melhoras, mas vamos esperar como o mercado se comportará com essa medida. Estamos confiantes, como sempre", afirma.

Para o diretor da Ronierd Barros Consultoria Imobiliária, Luís Dorneles, a oferta de mais crédito para o público de alta renda é importante e deve impulsionar as vendas, aquecendo o mercado. Ele diz que o segmento de alta renda manteve-se razoavelmente bem, mesmo com a atual situação econômica do país.

“Certamente, o banco está se adequando para se posicionar melhor nesse segmento. No entanto, esperamos que essa medida esteja precedendo o anúncio de novas regras para o financiamento de imóveis de médio-padrão, de R$ 200 mil a R$ 750 mil, que representam hoje os maiores estoques e foco do esforço de vendas das imobiliárias e construtoras em todo o país”, observa Luís Dorneles.

Condições de crédito

A superintendência da Caixa no Maranhão informou que além das novas condições de crédito à pessoa física, o banco também implementará medidas de apoio à produção de empreendimentos habitacionais. Dentre elas, destaca-se a reabertura do Plano Empresário da Construção Civil, que estava desativado desde 2015.

No Plano Empresário, a instituição financia o custo da obra diretamente à construtora, para que, após concluído o empreendimento, a dívida seja liquidada por meio da venda e do financiamento das unidades habitacionais.

A linha será relançada, no entanto, com um diferencial em relação ao mercado: o financiamento poderá ser concedido às construtoras para conclusão de empreendimentos que estejam com até 80% de obras executadas. Para esta operação, os recursos serão destinados tanto para imóveis enquadrados no SFH - que são aqueles com valores de até R$ 750 mil, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal, e de até R$ 650 mil nos demais estados - como para os do SFI, que contemplam imóveis acima desse teto.

Segundo a Caixa, a opção de elevar a cota e o teto do valor de financiamento para as operações no SFI, faz parte de uma estratégia de ampliar o alcance às classes de média e alta renda e, também, de contribuir para o reaquecimento do mercado imobiliário.

A Caixa reforça que não existe trade off entre a habitação de mercado e habitação social, ou seja, não estão sendo direcionados recursos de um segmento para o outro. O foco da atuação do banco em habitação continua sendo o segmento social, com prioridade para o Programa Minha Casa, Minha Vida.

Mais

Novas medidas

Para unidades que valem mais de R$ 750 mil, o banco vai aumentar de 70% para 80% a parcela que pode ser financiada, por meio do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). No caso dos imóveis usados, a cota que pode ser financiada subirá de 60% para 70%.

Também será possível transferir para a Caixa uma parcela maior, de 50% para 70%, de empréstimos tomados em outros bancos.

Hoje, a Caixa responde por duas de cada três operações de crédito imobiliário no país. Mas, no primeiro semestre deste ano, a liberação de financiamentos ficou abaixo das expectativas, em R$ 40 bilhões. O Feirão da Casa Própria do banco também não rendeu o esperado. A meta é, até dezembro, liberar pelo menos os mesmos R$ 90 bilhões de todo o ano passado.

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