Doença

Dislexia atinge mais de 5% da população mundial

Processo de leitura e escrita exige duas funções do cérebro, e o disléxico possui limitação; especialista alerta para os sintomas e tratamentos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

CURITIBA – A dislexia não precisa ser tratada como doença, já que se trata de um distúrbio genético e neurobiológico, que não tem ligação alguma com a preguiça, falta de atenção ou má educação. O que acontece com a pessoa que tem dislexia é uma desordem das informações recebidas, que acabam inibindo o processo de entendimento das letras e interferindo na escrita. O processo de leitura e escrita, por exemplo, exige duas funções do cérebro, e o disléxico possui uma limitação em uma delas.

Atualmente o distúrbio atinge mais de 5% da população mundial, segundo dados da Associação Brasileira de Dislexia. Dificuldades para ler, escrever ou soletrar podem ser sinais de alerta. Segundo a psicopedagoga, especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, os sintomas da dislexia variam de pessoa para pessoa e de acordo com o grau do distúrbio. “A criança com dislexia tem certa dificuldade em decodificar as letras. Os disléxicos não associam com facilidade símbolos gráficos e letras aos sons que representam”, explica.

Outro problema relacionado à dislexia é o seu próprio diagnóstico, já que ele só consegue ser feito após a alfabetização da criança; porém, a especialista alerta que é bom ficar de olho, pois é a partir do quarto ano de vida que os pequenos começam a dar indícios de uma possível dificuldade.

Para chegar no diagnóstico são descartadas algumas possibilidades como a dificuldade ou deficiência visual e/ou educação inadequada. Após esse levantamento, inicia-se o tratamento, que geralmente acontece com a participação de uma equipe multidisciplinar com fonoaudiólogo, psicólogo e neurologista. Segundo Ana Regina a dislexia pode ser tratada e acompanhada e assim ser controlada de maneira eficaz já na infância, evitando que ela prejudique a vida adulta dos sujeitos em atendimento. “Depois do diagnóstico, a dislexia com o acompanhamento e tratamento adequados, além do monitoramento dos resultados da criança no âmbito escolar, uma porcentagem considerável consegue melhorar significativamente o quadro. Caso esse acompanhamento não seja feito, a dislexia pode continuar sem mudanças na vida adulta dessas pessoas”, comenta.

Quanto antes à família e/ou responsáveis tomarem as providências e procurarem os profissionais adequadas os resultados serão mais favoráveis. A demora nesse processo pode acarretar em consequências na vida e autoestima da criança, a qual pode de alguma maneira interferir na atuação dela com os colegas. Um dificultador para o tratamento pode ser o próprio pai/responsável, que por vezes chegam no consultório médico com falas inadequadas, como por exemplo: meu filho é preguiçoso”, explica a especialista.

Para finalizar, Ana Regina lembra que o professor também precisa estar atento às atitudes de seus alunos, para que possa perceber as dificuldades de cada criança quanto à aprendizagem e dessa forma comunicar a equipe pedagógica e estudar o caminho para chamar os responsáveis e contribuir no que for necessário durante o acompanhamento. “O papel do professor é fundamental nesse momento, pois ele precisa estar atento às atitudes dos alunos e ao menor sinal de problema, isso deve ser repassado aos pais/responsáveis, para que essa criança possa ser encaminhada para o tratamento adequado e sem maiores prejuízos”, completa a especialista.

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