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Ovo,o mocinho da história

Especialistas afirmam que incluir um ovo na dieta diária traz mais benefícios que riscos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Alimento já considerado benéfico para a saúde
Alimento já considerado benéfico para a saúde

Assim como na ficção, no mundo da alimentação saudável alguns alimentos ganham o status de mocinhos, enquanto outros caem no limbo dos vilões. O consumo de ovo foi apontado, por muito tempo, como fator de risco para o aumento de colesterol e inimigo do funcionamento saudável do coração. Tanto que muitas pessoas pararam de consumir o produto ou passaram a descartar as gemas, que seria o grande responsável pelos malefícios do alimento. Porém, conceito de antagonista da alimentação saudável tem sido revisto. Especialistas afirmam que incluir um ovo na dieta diária traz mais benefícios que riscos.

“O ovo é rico em gordura boa. Em termos nutricionais, só perde para o leite materno. Mas falo do ovo completo, clara e gema”, afirma o nutrólogo Klevison Araujo.

Outras causas

Um estudo de 1999 da Universidade de Harvard analisou 115 mil pessoas durante mais de década e concluiu que comer um ovo diariamente não levaria a um aumento do colesterol no sangue, isso porque o colesterol LDL (o “ruim”) contido na gema é insuficiente para ser o responsável pelo aumento da incidência de doenças cardiovasculares na população. Corrobora com isso o fato de que 70 a 80% do colesterol é fabricado pelo corpo e 20 a 30% provém da alimentação. O que redime a má fama do ovo, mais precisamente da gema.

“As pessoas comem biscoitos, pão em excesso, açucares de todo tipo. A verdade, é que elas não têm uma alimentação equilibrada, consomem açúcar e carboidratos em excesso e o ovo é que leva a culpa. O ovo acaba pagando pelo conjunto da obra”, diz o nutrólogo.

Superalimento

De baixo custo, o ovo é uma rica fonte de nutrientes e proteínas. Nele são encontrados proteínas, ferro, zinco e vitaminas A, B12, B2, B5, D e E. “O ovo completo é bom. Mas na gema é onde estão a maioria dos nutrientes. Ela é rica, por exemplo, em PQQ [pirroloquinolina quinona], um nutriente antioxidante associado a funções de reparação cognitiva (intelectual)”, esclarece Klevison Araujo.

A clara é a fonte de proteínas do alimento e não possui vitaminas. Destaca-se nela a albumina, uma das principais proteínas do corpo, responsável pelo transporte de nutrientes, controle da distribuição de líquido pelo organismo e também pela recuperação muscular. Por isso, seu consumo é mais prevalente entre atletas e por quem busca aumentar a massa muscular.

A gema é rica em ácido graxo ômega 3 na forma de DHA, gordura saudável capaz de melhorar a comunicação entre as células e o sistema nervoso. Além disso, possui nutrientes essenciais para a saúde dos olhos, como a luteína e zeaxantina, e a lecitina, que auxilia no controle dos níveis de gordura e colesterol.

Quantos ovos por dia?

O estudo da Universidade de Harvard concluiu que comer um ovo diariamente não levaria a um aumento do colesterol no sangue. Mas o nutrólogo Klevison Araujo ressalta que não é possível determinar uma quantidade de consumo mínima ou má­­xima por dia.

“Não tem por que ter medo de comer ovo, até porque ele se tornou o mocinho da alimentação. O consumo, entretanto, vai depender das necessidades da dieta de cada pessoa e do organismo dela. Tem gente que consegue consumir seis ou mais ovos por dia e não vai alterar nenhuma taxa, outros precisam ter mais cautela. O estilo de vida, os exames e o histórico são determinantes para esta medida”, orienta.

Atletas e pessoas com o objetivo de ganho de massa muscular poderão consumir em maior quantidade. “A ressalta é para aqueles que são alérgicos, que não podem consumir de forma alguma, e aqueles que tiverem com ácido úrico elevado também precisam reduzir o consumo”, alerta.

Para aqueles que buscam emagrecimento, o alimento também é aconselhado, a combinação de proteínas e gorduras garante a saciedade. “Para quem pensa em boa forma, o perigo é consumir o ovo acompanhado de carboidratos, como a tapioca, por exemplo. O que acontece é que o carboidrato é metabolizado primeiro no nosso organismo e o ovo acaba virando depósito de gordura”, acrescenta o nutrólogo.

Consumo

Embora o médico afirme que a fiscalização dos produtos alimentícios tenha aumentado, é preciso ter cuidado com o consumo cru ou malcozido do ovo. O perigo é a ingestão de alimento contaminado com salmonela, que só morre a uma temperatura de 70 °C.

“A fiscalização aumentou nesse aspecto. Então, não precisa ter tanto medo. Mas a melhor forma de consumir aproveitando todos os nutrientes existentes é o ovo cozido. A forma correta é colocar a água para ferver e, só depois que ela estiver fervendo, colocar o ovo, deixando de 8 a 15 minutos, dependendo do tamanho da unidade”, ensina.

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