Estado Islâmico

FBI alerta para aumento de Atentados nos EUA e Europa

Polícia federal norte-americana ressalta que perda de território por parte do grupo terrorista Islâmico pode resultar em "diáspora inédita" de extremistas; também tem se mostrado competente no uso da internet para disseminar sua ideologia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
(Atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico em Paris deixou cerca de 130 pessoas mortas)

Washington - O diretor do FBI, James Comey, afirmou que o enfraquecimento do grupo jihadista Estado Islâmico deve levar a um aumento no número de ataques terroristas nos Estados Unidos e na Europa.

"Em certo ponto, haverá uma diáspora de jihadistas da Síria como jamais vimos até agora", declarou o chefe da agência federal norte-americana durante uma conferência sobre cibersegurança. "Nem todos os terroristas do EI morrerão no campo de batalha."

O Estado Islâmico vem perdendo nos últimos meses diversos territórios que estavam sob seu controle, como a cidade histórica de Palmira, na Síria, e Fallujah, no Iraque. Além disso, bombardeios da coalizão liderada pelos EUA e da Rússia, em aliança com o regime sírio de Bashar al Assad, destruíram refinarias de petróleo que serviam para financiar o grupo.

Mas o enfraquecimento levanta temores sobre uma eventual escalada do terrorismo no Ocidente, seja em ações planejadas pelo próprio EI, como os atentados de Paris e Bruxelas, seja pela atuação dos chamados "lobos solitários", como teriam sido os ataques de Nice, Orlando e Ansbach.

O grupo terrorista também tem se mostrado extremamente competente no uso da internet para disseminar sua ideologia, influenciando pessoas que nunca chegaram perto da Síria ou do Iraque.

Onda de terror

A Europa passa por uma onda de atentados. A França tem sido um dos países mais castigados. Em janeiro de 2015, quatro homens fortemente amardos mataram 12 jornalistas do jornal satírico Francês Charlie Hebdo.

Em novembro daquele ano, ataques coordenados em uma casa de shows e um restaurante turístico na capital parisiense deixaram128 mortos. No dia 14 de julho, celebração do dia da Queda da Bastilha, um homem atropelou diversas pessoas com um caminhão em Nice, deixando 84 mortos e mais de 200 feridos.

Na última terça-feira,26, terroristas ligados ao Estado Islâmico invadiram uma igreja e degolaram um padre na cidade de Saint-Etienne-du-Rouvray, a cerca de duas horas de Paris.

Apesar da escalada de ataques nos EUA e na Europa, a proximidade com a Olimpíada do Rio mobiliza autoridades nacionais e internacionais para evitar um eventual atentado do grupo jihadista no país. Na última sexta-feira,22, a Operação Hashtag da PF prendeu um grupo suspeito de planejar ataques durante o evento.

França

O primeiro-ministro francês reconheceu nesta sexta-feira,29, um fracasso do sistema judicial após o assassinato de um padre em uma igreja na Normandia e anunciou que cogita proibir temporariamente o financiamento estrangeiro de mesquitas, após os últimos atentados no país.

Embora a crítica de Manuel Valls não tenha sido dirigida diretamente ao governo, sua declaração contrasta com a reação que o gabinete teve após o massacre em Nice (sul) de 14 de julho, que deixou 84 mortos.

Naquele momento, o governo se negou a reconhecer a menor falha que fosse no dispositivo de segurança, apesar das críticas iradas da direita.

O primeiro-ministro advertiu em uma entrevista ao jornal francês "Le Monde" que a decisão da justiça antiterrorista de libertar em março um dos dois criminosos da igreja de Saint-Etienne de Rouvray foi um fracasso. "É preciso reconhecer isso", disse.

"Isso deve levar os juízes a um enfoque diferente, caso a caso, levando-se em conta as práticas de dissimulação dos terroristas", ressaltou.

Valls afirmou que não será ele "que, menosprezando todo equilíbrio de poderes, cairá na facilidade de apontar os juízes como os responsáveis pelo ato terrorista".

Depois dos atentados terroristas de julho, em um país que já foi vítima de dois ataques em 2015, que deixaram 147 mortos em janeiro e novembro, o primeiro-ministro se mostrou favorável a proibir o financiamento estrangeiro das mesquitas.

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