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A dieta certa para você

As dietas da moda se multiplicam e, no meio de tanta desinformação, é difícil separar o que de fato consegue ter resultado duradouro e com saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
A perda de peso é um processo que exige muita dedicação
A perda de peso é um processo que exige muita dedicação (dietas h)

Perder peso não é uma tarefa fácil. Seja para quem quer perder “só alguns quilinhos extras” ou ter uma grande revolução da balança, a luta diária inclui tentativas (muitas vezes frustradas) de dietas variadas. Da lua, da sopa, detox, da USP, dos sucos, da pa­­pinha de bebê...Dietas que prometem fazer milagres em tempo recorde não costumam ser adequadas. Altamente restritivas, não promovem a mudança de comportamento e mentalidade, levando ao efeito sanfona, também tão prejudicial para a saúde quando o excesso de peso.

“A primeira coisa que as pessoas precisam entender é que existe uma diferença entre regime e dieta. Regimes estão relacionados unicamente a restrições alimentares e dietas à mudança de hábitos”, explica o nutricionista Igor Caleb. Os regimes da moda são generalistas, passam o mesmo cardápio para todos aqueles que se propõem a fazer, sem levar em consideração hábitos e questões biológicas. O que vai na contramão das recomendações pregadas pelos profissionais, em especial, pelos nutricionistas, que ele frisa, serem os únicos profissionais por lei com a incumbência de prescrever dietas.

“Um atleta de rendimento terá uma dieta completamente diferente de um cardíaco ou de um diabético. Ao se prescrever uma dieta é preciso levar em conta o estilo de vida, gostos pessoais, objetivos, questões biológicas e clínicas. Se tudo isso não for pesado, não haverá adesão por quem faz”, diz.

Sanfona

No livro The End of Dieting, o médico americano Joel Fuhfman concluiu que 98% das pessoas que fazem dieta voltam a engordar. Elas são eficientes para emagrecer em curto prazo, mas falham na manutenção do peso.

“Um dos maiores prazeres da vida é comer. Comendo, a gente socializa e vive bons momentos. Por isso, que se você chega com algo completamente restritivo, muitos não vão conseguir manter”, reflete. De acordo com o nutricionista, é preciso focar na qualidade do que se come, tanto quanto na quantidade. “A dieta em geral deve ser natural, o menos processada possível. Com um bom equilíbrio entre carboidratos, proteínas e gorduras. Mas que fique claro o perigo não é o tipo do alimento, é a quantidade”, comenta.

Igor Caleb aconselha desconfiar de dietas que prometem facilidades no emagrecimento, sem nenhum embasamento científico, e lista como vilões da saúde o açúcar e as fari­nhas. “Por outro lado, as gordura boas, que são aquelas provenientes dos alimentos, como abacate, casta­nhas, podem e devem fazer parte de uma alimentação equilibrada”, afirma.

Ele também acredita que para induzir efeitos esperados nos pa­cientes é possível adequar e incorporar dietas diferentes em um mesmo programa nutricional. “Tais dietas possuem alguns princípios interes­santes que podem ser incorporados à prescrição de um nutricionista. Dessa forma, a partir do conhecimento do profissional e da avaliação nutricional realizada no momento da consulta é possível cons­truir um plano alimentar in­di­­­vi­duali­zado”, conclui.

GUIA DAS DIETAS

CETOGÊNICA
Princípio - Baseia-se no alto consumo de gorduras, moderada em proteínas e baixíssima em carboidratos.
Alimentos permitidos - oleaginosas (castanhas, amendoins, nozes), azeite e outros óleos, sementes como chia e linhaça, abacate, manteiga, queijos, ovos, carnes brancas e vermelhas e, em alguns casos, até mesmo embutidos (presunto, linguiça, bacon).
Alimentos proibidos - Os alimentos muito ricos em carboidratos não são permitidos, por exemplo: arroz, batatas, bolos, açúcar e demais produtos que o contenham (refrigerantes, sucos, achocolatados), farinhas, feijão, aveia, pães, macarrão e demais massas, torradas, leite, etc.
Alimentos consumidos com moderação - Alimentos pobres em carboidratos normalmente são consumidos, como saladas de vegetais folhosos ou até legumes cozidos. Frutas em alguns casos são permitidas, desde que se assegure que a quantidade não ultrapasse o máximo permitido de carboidrato.
Quem pode fazer - A dieta originalmente é indicada para tratamento de crianças, jovens e adultos com o quadro de epilepsia. No entanto, como há aumento da cetose (indicador de uso da gordura como fonte energética), esse esquema de alimentação tem sido utilizado para fins de emagrecimento. Quando não se trata de um objetivo terapêutico, esse tipo de dieta não deve ser mantido por longos períodos e evita-se usar em idosos.

ATKINS/DUKAN

Princípio - Enquanto a dieta cetogênica tem seu foco voltado principalmente às gorduras, o esquema dietético proposto por Atkins tem ênfase no consumo proteico, assim como Dukan. A diferença entre as duas é basicamente que a restrição de carboidratos é mais severa e o consumo de gorduras é mais elevado em Atkins (e, por isso, ela se assemelha mais à cetogênica). As duas consideram o fato de que quando você controla a ingestão de carboidratos e açúcar, seu corpo tira energia a partir das gorduras.

PALEOLÍTICA

Princípio - O principal aprendizado por trás dessa dieta é o incentivo ao consumo de alimentos in natura, ou seja, excluir produtos industrializados e ter a alimentação mais natural possível - próxima do que seria a realidade dos nossos ancestrais.
Alimentos permitidos - a dieta acaba tendo como base o consumo de carnes, verduras, legumes e frutas; portanto, é bastante rica em proteínas e baixa em carboidratos, no geral.
Alimentos proibidos - Há restrição de cereais e grãos (farinhas de qualquer origem, arroz, feijões, etc), além de laticínios na dieta.

ORTOMOLECULAR

Princípio - Prática que visa a melhoria da função orgânica através da manipulação principalmente de vitaminas e minerais, com o pressuposto de que apenas a alimentação não proporciona níveis ótimos deles. O tratamento visa redução da inflamação sistêmica, desintoxicação por metais pesados (como chumbo, mercúrio) e eliminar radicais livres (responsáveis pelo envelhecimento e dano celular quando em excesso). Tem como base a reeducação alimentar e a suplementação individualizada de itens previamente determinados como insuficientes.

REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

Princípio - Esse é um termo genérico para elucidar qualquer processo de modificação positiva nos hábitos alimentares. Tem como base a introdução progressiva de alimentos in natura, controlando o consumo de produtos processados. Evita-se restrições excessivas em curto espaço de tempo, já que a intenção é que seja sustentável.

MEDITERRÂNEA

Princípio - Se baseia no conjunto de hábitos alimentares de povos da região mediterrânea. Esses hábitos incluem: alto consumo de vegetais e frutas, uso contínuo do azeite em preparações culinárias e como tempero, consumo de oleaginosas, a ingestão de proteína animal é oriunda basicamente do consumo de pescados (no lugar da carne vermelha), consumo de vinho tinto às refeições, iogurtes e queijos, estilo de vida ativo e privilégio de alimentos sazonais, possibilitando o consumo variado.

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