Diabéticos

Pacientes não estão recebendo insulina lantus na rede estadual

Situação, de acordo com a Associação Maranhense do Diabetes Tipo 1 (Amad-1), ocorre há vários meses; direção da Cemesp, responsável pela distribuição do medicamento, confirma o fato

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
cemesp  é referência para diabéticos e hipertensos e faz  14 mil atendimentos mensais
cemesp é referência para diabéticos e hipertensos e faz 14 mil atendimentos mensais (Cemesp)

Em São Luís, pacientes diabéticos não estão recebendo insulina do tipo lantus, cuja distribuição é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A direção do Centro de Medicina Especializada (Cemesp), situada na Avenida Kennedy, confirmou ontem a informação a O Estado, sem dar prazos para a resolução do caso.

Em nota enviada a O Estado a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que no Centro de Medicina Especializada (Cemesp) estão disponíveis as insulinas Regular e NPH. A SES frisou que os médicos do Cemesp estão à disposição para a avaliação caso a caso, para que os pacientes não fiquem desassistidos, mas não informou o motivo da suspensão do medicamento, considerado vital para diabéticos e com custo alto na rede particular (cada caixa de 10 mililitros do tipo de insulina ausente custa R$ 280,00 e tem duração média aproximada de um mês). Enquanto isso, pacientes que procuram diariamente o Cemesp, em busca do remédio, questionam a falta de assistência e cobram providências.

O aposentado Luís Ferreira da Silva esteve ontem à tarde no Cemesp e disse que não sabia o que fazer, sem o frasco de insulina. “Vou até a SES agora para ver o que posso fazer”, disse. Ele informou ainda que é diabético há mais de 20 anos e que, recentemente, teve a medicação alterada por orientação profissional. “O meu médico, pelo fato de que o tratamento não estava fazendo efeito, mudou o tratamento e me passou a insulina lantus. Agora, não sei o que fazer sem o remédio”, disse.

O também aposentado Francisco da Silva Santos, de 67 anos, morador do Bairro de Fátima saiu ontem indignado da sede do Cemesp. “Toda vez que a gente vem aqui, não tem o remédio. É muito difícil ser pobre neste país”, afirmou. Ele confirmou que também faz uso do medicamento insulina do tipo lantus, por causa das altas taxas de glicemia em seu organismo.

Referência
O Cemesp foi inaugurado em setembro de 2011, pela então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, com investimentos da ordem de R$ 4 milhões. O centro servia como referência diária na assistência ao público diabético e com problemas de hipertensão arterial. Atualmente, a unidade conta com profissionais de diversas áreas e que atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

De acordo com informações da direção do Cemesp, a unidade conta com uma demanda mensal de aproximadamente 14 mil atendimentos mensais. Além de pacientes da capital maranhense, o Cemesp também recebe demandas oriundas do interior do estado.

Falta de insulina em São Luís repercute nacionalmente

A ausência de insulina do tipo lantus a pacientes na rede pública do Maranhão repercutiu entre entidades nacionais ligadas à rede de proteção dos diabéticos. A Associação de Diabetes Juvenil – que representa outras 30 entidades do país ligadas ao tema – tomou ciên­cia do fato e encaminhará nos próximos dias documento formal ao Ministério da Saúde (MS) solicitando providências quanto à falta do medicamento em São Luís.

Entrevistada por telefone por O Estado, a representante da Associação de Diabetes Juvenil, Vanessa Pirolo, disse que a situação é grave e providências devem ser tomadas. “É inconcebível que fal­te este tipo de medicamento a um público que necessita diariamen­te consumir o produto”, disse.

A opinião da dirigente nacional foi corroborada pela presidente da Associação Maranhense do Diabetes Tipo 1 (Amad-1), Aila Pinheiro. “É preciso que o poder público se atente, de fato, para a gravidade do problema e dê a assistência devida a estas pessoas”, afirmou.

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