Tiroteio em Munique

Sírio que atacou restaurante na Alemanha prometeu lealdade ao EI

Vídeo com declaração foi encontrado no celular do sírio de 27 anos; governo diz que ele não era jihadista, mas grupo reivindica autoria do ato; o sírio chegou à Alemanha há dois anos e apresentou uma solicitação de asilo, que foi negada há um ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
(Policiais fizeram patrulha em Ansbach na manhã de ontem após a explosão)

Munique - A polícia encontrou no celular do refugiado sírio que provocou uma explosão em um restaurante em Ansbach, no sul da Alemanha, um vídeo em que ele prometia lealdade ao líder do Estado Islâmico, de acordo com a Associated Press. Quinze pessoas ficaram feridas - quatro seriamente - no ataque que aconteceu no domingo,24, segundo a BBC.

O ministro do Interior de Baviera, Joachim Herrmann, afirmou que não havia indícios de ligação direta do sírio de 27 anos com a organização terrorista. Para as autoridades alemãs, o vídeo sugeriria apenas que o ato teve motivação extremista islâmica. Porém, o Estado Islâmico reivindicou nesta manhã de segunda-feira (25) esse ataque, segundo a Reuters, citando a agência de notícias Amaq, que é ligada aos jihadistas.

A tradução inicial do vídeo, gravado em língua árabe, aponta que o homem, que não teve a identidade anunciava, prometia vingança contra a Alemanha.

Asilo

O sírio chegou à Alemanha há dois anos e apresentou uma solicitação de asilo, que foi negada há um ano. Ele deveria ter sido deportado para a Bulgária, de acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, Tobias Platte. Ele vivia em um albergue de Ansbach.

No domingo, Herrmann declarou que o conteúdo encontrado na mochila do sírio era suficiente para matar muitas pessoas e que, aparentemente, ele foi impedido de entrar em um festival de música que ocorria nas proximidades do local da explosão por não ter ingresso. O evento com cerca de 2.000 pessoas precisou ser esvaziado e cancelado após o ocorrido.

Segundo o ministro, o sírio havia tentado se matar duas vezes e foi hospitalizado em uma clínica psiquiátrica.

Após o ataque o centro de Ansbach foi tomado por socorristas e a polícia bloqueou todos os acessos. A cidade, com cerca de 40 mil habitantes, é a sede de uma base do Exército dos Estados Unidos e da 12ª Brigada de aviação de combate.

Inicialmente, o caso estava sendo tratado como uma explosão dentro de um restaurante causada por um vazamento de gás.

Mais cedo, um exilado sírio de 21 anos usou um machete (espécie de facão) para matar uma mulher e ferir outras duas pessoas no centro da cidade de Reutlingen, no sudoeste da Alemanha, antes de ser detido.

De acordo com o comunicado oficial da polícia, o homem, que havia solicitado asilo no país, discutiu com a mulher e a matou com um machado. Depois, feriu uma segunda mulher e um homem. Não há detalhes sobre o que motivou a discussão.

Ataque em Munique
A Alemanha está em clima de tensão desde a sexta-feira (22). Um ataque com arma de fogo acabou com 9 mortos e 27 feridos em Munique, na Alemanha. O caso ocorreu no shopping OEZ (Olympia-Einkaufszentrum) e arredores.

O jovem de 18 anos responsável pelos disparos planejou o ataque durante um ano, segundo investigadores alemães, e adquiriu a pistola Glock de 9 mm pela internet. O atirador tem dupla nacionalidade alemã e iraniana, estava sob tratamento psiquiátrico e não tinha relações com o Estado Islâmico.

O centro comercial fica perto do Parque Olímpico de Munique, onde aconteceram os jogos de 1972. Relatos de um segundo foco de tiroteio na praça conhecida como Stachus, no centro de Munique, foram desmentidos pela polícia à imprensa local. Autoridades declararam estado de emergência na cidade.

A chanceler alemã, Angela Merkel, convocou neste sábado,23, em Berlim, uma reunião de seu Conselho Federal de Segurança. Este conselho reúne, além da chanceler, os ministro de Defesa, Ursula von der Leyen, de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, o vice-chanceler Sigmar Gabriel, e o de Justiça e de Finanças, assim como o ministro da chancelaria, que na Alemanha supervisiona a atividade dos serviços secretos.

No momento do ataque, a chanceler estava começando suas férias nos Alpes, enquanto seu Ministro do Interior teve que interromper uma viagem pelos Estados Unidos para retornar a Berlim.

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