Monumentos

Monumentos de praças de São Luís estão em museu

Sem segurança e necessitando de manutenção, os bustos da Praça do Pantheon e agora a Mãe d’Água, que ficava em uma fonte na Praça Pedro II, foram removidos dos logradouros

Gisele Carvalho / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

[e-s001]Assim como os bustos de escritores maranhenses, que por muitos anos permaneceram na Praça do Pantheon, a escultura da Mãe d’Água Amazonense, que antes ficava na Praça Pedro II, foi removida de seu local de exposição e encaminhada para o Museu Artístico e Histórico do Maranhão. Os bustos foram retirados da praça em 2005 e nunca retornaram ao logradouro. Já a Mãe d’Água foi removida da Praça Pedro II há exatos 10 meses.

Na última quarta-feira, 20, a fonte da Praça Pedro II foi alvo de muitos comentários. Isso porque no local onde ficava a estátua da Mãe d’Água Amazonense agora há um obelisco de gesso.
No dia 22 de setembro de 2015, a Subprefeitura do Centro Histórico de São Luís fez a remoção temporária da estátua de bronze, localizada em frente à Igreja da Sé, para que fossem iniciados reparos na fonte. Na ocasião, foi informado que a retirada se deu também para que o monumento recebesse polimento, o que deve ser feito a cada cinco anos.

Nada ainda
Passados 10 meses, a escultura não retornou ao local e a fonte continua danificada em vários pontos. A única mudança realizada foi por obra de um guardador de carros do entorno da praça, que colocou um obelisco de gesso na base onde antes ficava a estátua. A mudança chamou a atenção e rapidamente provocou comentários nas redes sociais.

Indignados com o estado de abandono da fonte e de toda a praça, alguns usuários de redes socialis compartilharam a foto do obelisco, questionando o ocorrido. Foi o caso de Marcos Ferreira, que escreveu: “Em São Luís algumas coisas absurdas acontecem. Substituíram a escultura da Mãe d'Água por este obelisco chinfrim”.

Abandono
O Estado
esteve na Praça Pedro II para apurar o ocorrido. Segundo guardadores de carros, um deles pegou a peça de gesso que sobrou em uma obra vizinha e colocou no centro da fonte, numa tentativa de chamar a atenção para a ausência da estátua e os demais problemas da praça.

Além da falta da Mãe d’Água, pode-se observar que a fonte está muito danificada. Há lajotas quebradas, muitas pedras da borda estão soltas, a água está suja. O calçamento da praça está se desmanchando. As pedras estão soltas, podendo causar um acidente com crianças ou idosos e uma das luminárias foi alvo de vândalos.
[e-s001]
Apesar de a estátua não ter sido trocada pelo obelisco pela Prefeitura, como muitas pessoas julgaram ter acontecido, ainda permanece a dúvida: a Mãe d’Água retornará à fonte?

Na Justiça
Em sentença assinada em junho deste ano, o titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, juiz Douglas de Melo Martins, condenou o Hotel Vila Rica (CTH Hotéis) e Município de São Luís a procederem os serviços de restauração da estátua da Mãe d’Água Amazonense, obra de autoria do artista plástico maranhense Newton Sá.

Cabe ao hotel remeter a estátua ao fundidor original ou outra entidade, bem como custear todas as despesas com remoção e transporte da obra, e com o acompanhamento do trabalho de restauração da estátua. Já o Município deve proceder a restauração específica da parte da estátua quebrada por terceiros em 2001, bem como garantir medidas de vigilância ao monumento. A multa diária para o não cumprimento das determinações é de R$ 5 mil.

Questionada sobre o retorno do monumento ao seu local de exposição, a Prefeitura informou apenas que a estátua foi encaminhada ao Museu por recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e com a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foi informado ainda que a estátua permanecerá no museu, até a conclusão do projeto de revitalização da Praça Pedro II.

Bustos
Assim como a Mãe d’Água, os 16 bustos de escritores maranhenses que também ficavam em praça pública foram transferidos para o Museu Artístico e Histórico do Maranhão.

Retirados da Praça do Pantheon após a ação de vândalos, as esculturas foram restauradas e não mais voltaram ao local depois da reforma da praça. No logradouro, as bases que um dia sustentaram os bustos estão pichadas e hoje servem de lixeira e até mesmo de banco para alguns frequentadores.

SAIBA MAIS

A sentença do juiz atende à Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público em desfavor dos réus. Segundo o autor da ação, prepostos do antigo Hotel Vila Rica, a pretexto de limparem a estátua, causaram danos à obra, em razão da utilização de material inadequado que retirou a camada de patina protetora de bronze, expondo-o à oxidação. Já o município de São Luís foi denunciado por omissão, pois em 14 de dezembro de 2001 vândalos teriam causado dano à estátua, quebrando uma de suas partes.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.