Eleição nos EUA

Convenção dos republicanos que deve indicar Trump começou ontem

Campanha de Trump diz ter controlado rebelião contra polêmico candidato; empresário, 70, tem opinião polêmica sobre imigrantes e muçulmanos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

Cleveland - A convenção do Partido Republicano que deve oficializar o empresário nova-iorquino Donald Trump como representante do partido na corrida pela Casa Branca começou ontem e vai até quinta-feira,21, em Cleveland.

Trump, que tem 70 anos e nunca exerceu um cargo público, deve ser escolhido formalmente hoje e aceitar a indicação na noite de quinta-feira. Seu vice de chapa, o governador de Indiana, Mike Pence, de 57 anos, irá discursar amanhã,20.

Trump resolveu inovar no evento e convocou uma série de figuras alheias ao universo político para discursar aos eleitores. Entre os convidados a falar estão vários de seus familiares, uma ex-astronauta, o presidente da liga de artes marciais mistas (UFC) e um bilionário do Vale do Silício, segundo a BBC.

Graças à grande procura dos anunciantes, as redes de televisão dos Estados Unidos estão ampliando sua cobertura da convenção republicana em comparação há quatro anos. Elas planejam usar as redes sociais para capturar momentos inesperados, segundo a Reuters.

Para aumentar a incerteza em relação ao evento, haverá protestos do lado de fora do centro de convenções de Cleveland e existe a possibilidade de discórdia entre os delegados do partido.

A convenção é a última etapa do processo de escolha dos representantes do partido. Inicialmente, acontecem as primárias, em que os delegados são escolhidos pelos eleitores do partido. Durante a convenção, os delegados oficializam a escolha do candidato.

Trump venceu as primárias republicanas e obteve 1.447 votos de delegados, bem à frente do senador Ted Cruz (551), do senador Marco Rubio (167) e do governador John Kasich (161).

Otimismo
Os principais assessores do empresário de Trump demonstraram estar confiantes de terem frustrado uma rebelião que tinha como objetivo impedir sua indicação, segundo a Reuters. Durante a semana passada, a equipe trabalhou para derrotar a oposição ao provável candidato para as eleições de 8 de novembro.

Alguns integrantes do partido se mostram alarmados com suas posições polêmicas a respeito de imigrantes e muçulmanos e seu distanciamento da ortodoxia do partido em temas como o comércio.

Os apoiadores de Trump deram o controle da plataforma política da legenda aos conservadores, ajudando a pôr fim aos esforços para mudar as regras que ditam a maneira como os delegados votam, de acordo com a Reuters.

A maioria dos delegados se comprometeu com o magnata, que derrotou 16 adversários durante a fase das primárias estaduais. "Foi esmagada", disse Paul Manafort, gerente de campanha do candidato, a respeito da rebelião anti-Trump.

Resistência
Organizadores do movimento anti-Trump deram a entender que tentarão forçar uma votação nesta segunda-feira que permitiria aos delegados registrarem sua insatisfação com o postulante. Porém, a iniciativa parece enfrentar obstáculos.

"Tudo pode acontecer em uma convenção, especialmente quando você tem alguém de fora, como Trump, como o candidato provável", disse Greg Mueller, estrategista republicano que atuou na operação "Trump Jamais" durante as primárias.

Mas ele acrescentou: "Trump tem uma equipe de operadores de campanha veteranos trabalhando no momento. Então, acho que qualquer tentativa de tirar sua indicação na convenção é improvável, especialmente em um momento no qual a maioria dos delegados do Partido Republicano está voltada a uma coisa: ganhar e pôr fim à desgraça na qual os democratas nos mergulharam".

O time do ex-apresentador de reality show, que está trabalhando com o Comitê Nacional Republicano, tentou mediar um acordo com as forças anti-Trump durante uma reunião do Comitê de Regras na semana passada. Nenhum acordo foi obtido, e uma votação na qual se tentou permitir que os delegados comprometidos votem contra Trump na convenção resultou em uma grande derrota.

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