Mafioso

Bernardo Provenzano, grande chefe da Máfia Siciliana, morre em Milão

Líder da ''Cosa Nostra'' estava preso desde 2006; Provenzano tinha 83 anos e sofria de câncer

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

Milão - Considerado um dos maiores criminosos da história italiana, Bernardo Provenzano, o chefe da Máfia Siciliana "Cosa Nostra", morreu ontem aos 83 anos, em um hospital em Milão, na Itália.

Provenzano tinha um câncer na bexiga, de acordo com o jornal Corriere de la Sera, e estava internado no hospital São Paolo sob isolamento prisional. Segundo a Efe, ele estava em coma profundo desde abril de 2014. Ele foi o líder inconteste da Cosa Nostra, a máfia siciliana, de 1993 até 2006, quando sua prisão pôs fim a seus 43 anos à solta.

Provenzano criou a reputação de ser tão implacável que ficou conhecido como "o trator" devido à maneira como massacrava inimigos de seu clã. Ele foi acusado de ter participado diretamente do tiroteio, conhecido como "massacre de Viale Lazio", e que permitiu ao clã dos 'corleonesi', de Provenzano e de Toto Riina, eliminar vários concorrentes.

No dia 10 de dezembro de 1969, os mafiosos se disfarçaram de policiais e abriram fogo no escritório de uma firma imobiliária onde estavam reunidos seus rivais. Todos os membros do comando envolvidos no tiroteio morreram desde então, com exceção de Provenzano e Riina.

Os 'corleonesi' assumiram definitivamente o poder na Cosa Nostra no início dos anos 80, depois de uma guerra de clãs que deixou centenas de mortos em Palermo.

Chefe

Em 1993, Provenzano se tornou o chefe indiscutível da máfia, depois da prisão de Toto Riina, de quem era braço direito. Em sua gestão, ele deixou de lado a brutalidade desenfreada de seus primeiros anos e administrou o negócio como um executivo-chefe de uma empresa.

A chamada "Doutrina Provenzano", que lhe rendeu o novo apelido "o contador", tinha por objetivo manter a discrição, descartando o uso de bombas e as matanças coletivas e criando consenso entre os outros chefões locais.

Ao longo de mais de quatro décadas, Provenzano se tornou um criminoso e fugitivo lendário por conseguir ludibriar a polícia. Investigadores acreditam que ele estava na Sicília, ao alcance de sua cidade-natal, durante todos os anos que passou em fuga, protegido por uma rede de contatos locais.

Quando foi pego, ele já havia sido condenado, mesmo ausente, por uma série de assassinatos, incluindo o de dois promotores de combate à máfia, Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992, pelos quais foi condenado à prisão perpétua.

Rosto desconhecido
Até ser preso, aos 73 anos de idade, em 11 de abril de 2006, em uma casa de fazenda próxima de Corleone, uma das últimas fotos de Provenzano que a polícia possuía o mostrava, com meros 25 anos, como o capitão bem apessoado de um time de futebol.

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