A Associação dos Criadores do Maranhão (Ascem) está confiante de que a Justiça restabeleça o direito da entidade de continuar administrando o Parque Independência, conforme lhe garante contrato de comodato com prazo até o ano de 2026, mas que foi rompido unilateralmente pelo Governo do Estado.
A Ascem aguarda parecer do Tribunal de Justiça do Maranhão para a ação impetrada pela entidade ainda no mês de junho, requerendo que seja mantido o contrato de comodato celebrado em 2009 com o Governo do Estado.
Devido a essa quebra de contrato, que culminou na retomada do Parque Independência, o maior evento agropecuário do estado, a Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema), que completaria 60 anos, ficou sem local para sua realização. O governo tomou o espaço com a finalidade de construir moradias para servidores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e da Polícia Militar, tendo inclusive lançado edital.

Surpresa
O presidente da Ascem, José Assub Neto, disse que os criadores foram pegos de surpresa com essa decisão do Governo do Estado, pois já estava se planejando a realização da Expoema. “Estamos aguardando a decisão da Justiça e confiantes, pois havia um contrato de comodato que vínhamos cumprindo”, declarou.
A quebra de contrato provocou grande descontentamento entre os criadores, pois a Expoema tem uma representatividade ímpar para o Maranhão, não somente para o setor, mas para toda a economia, pois gera negócios e mais de 2 mil empregos temporários.
“O Maranhão está dando um passo atrás no momento em que o governo inviabiliza a realização da Expoema”, desabafou o criador de gado nelore Roberval Cordeiro, que agora está procurando outros espaços para expor seus animais.
Há 30 anos participante da Expoema, o criador pernambucano Zilmar Valença, que se estabeleceu definitivamente no Maranhão, em Vargem Grande, devido à grandiosidade da exposição. Para ele, no momento em que a Expoema não é realizada e deixa de receber criadores de outros estados, o Maranhão perde em termos de genética e em negócios. Ele classificou a decisão do governo Flávio Dino de retomar o Parque Independência da forma como foi feita como “a pior vergonha para o Maranhão”.

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