Outro consórcio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

Em 2012, o então presidente da Embratur, Flávio Dino, (PCdoB), criou uma espécie de “consórcio de candidatos” a prefeito de São Luís, reunindo no mesmo grupo nomes como o do atual senador Roberto Rocha (PSB), do ex-prefeito Tadeu Palácio (PP), da deputada Eliziane Gama (PPS), do deputado Bira do Pindaré (então no PT), e do atual prefeito Edivaldo Júnior (hoje no PDT). Pelo projeto, aquele que reunisse as melhores condições de ser candidato seria apoiado por todos os demais.
Na teoria, a unidade era perfeita. Ocorre que a candidatura de Edivaldo Júnior já estava definida pelo menos seis meses antes, faltando apenas a definição do seu vice, que acabou ficando com Roberto Rocha, sob a condição de que todos o apoiariam ao Senado dois anos depois.
A descoberta da montagem antecipada da chapa gerou revolta nos demais candidatos. Eliziane e Tadeu acabaram saindo sozinhos e desde então mantiveram relação de amor e ódio com Flávio Dino, que acabou elegendo-se governador em 2014.
Agora, em 2016, após quatro anos em parceria político-administrativa, Dino anunciou ontem - por intermédio de seu secretário de Articulação Política, Márcio Jerry - um novo consórcio de candidatos em São Luís, tendo os mesmos Edivaldo, Eliziane e Bira do Pindaré como nomes “da base do Palácio” - o deputado Eduardo Braide também foi incluído, após crítica da imprensa.
O desfecho do consórcio de candidatos já é conhecido por todos. O curioso é que, mesmo sabendo dele, todos os candidatos pareceram encantados, ontem, com o rótulo de “candidato do palácio”.

Dois caminhos
O clima não é bom entre os tucanos que compõem a articulação com a candidatura da deputada Eliziane Gama (PPS).
De um lado, estão Carlos Brandão e Pinto Itamaraty, que querem a deputada atrelada totalmente ao projeto do governador Flávio Dino.
Do outro, o deputado federal João Castelo, que defende a criação de uma via alternativa a Dino, a partir da eventual eleição de Eliziane.

Macieira
O deputado estadual Zé Inácio (PT) já declarou a aliados mais próximos que não tentará disputar a vaga de vice-prefeito na chapa do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).
O petista era pré-candidato a prefeito, mas o Partido dos Trabalhadores abdicou da candidatura própria para coligar-se com o PDT. Restou disputar a vice.
Como Zé Inácio já disse que não quer, a vaga deve cair no colo do advogado Mário Macieira, exatamente como quer o governador Flávio Dino.

E as propostas?
O deputado estadual Adriano Sarney (PV) rebateu ontem as críticas levantadas pelo deputado Bira do Pindaré (PSB) a respeito da Sabatina Verde, realizada pelo PV na sexta-feira.
Bira disse não ter ido ao debate, por ter sido organizado por um partido de uma corrente política adversária da sua.
Para Adriano, o socialista não foi porque não tem propostas para São Luís.

Circo?
O deputado Júnior Verde (PRB) tratou ontem na Assembleia da vistoria realizada pela bancada maranhense na BR-135 e chamou a atenção para um detalhe interessante.
Disse que foi tão somente se dar publicidade ao ato, que o canteiro das obras de duplicação ficou tomado por trabalhadores e máquinas.
Ele enfatizou que utiliza a rodovia semanalmente e que o cenário é completamente diferente do de ontem.

Destaque
O vereador Fábio Câmara (PMDB) voltou a se destacar na Câmara Municipal de São Luís mostrando dados da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da Prefeitura da capital.
Câmara mostrou que o gabinete do vice-prefeito - que não existe mais - ainda tem reservados cerca de R$ 4 milhões para despesas.
A Vice-Prefeitura existe somente em tese porque na prática não mais desde que Roberto Rocha (PSB) se elegeu senador e, por isso, teve que renunciar ao mandato de vice.

Pouca verba
Além do gabinete do vice-prefeito, na LDO há ainda valores direcionados para projetos em várias áreas entre elas a de meio ambiente.
Para essa área, a Prefeitura de São Luís destinou somente R$ 3 mil para todo o ano de 2017.
Segundo Fábio Câmara, essa importância dada pelo prefeito Edivaldo Júnior às questões ambientais justifica a ausência dele no debate do Partido Verde (PV).

Atraso
Equipes médicas que atuam no Hospital do Câncer do Maranhão (o Hospital Geral) ameaçam parar as atividades nos próximos dias.
Motivo: os atrasos no pagamento de salários ultrapassaram o limite do tolerável, segundo os profissionais.
Eles relatam já haver se acostumados a receber sempre com quase um mês de atraso. Mas, agora, cobram do governo o pagamento do mês de maio, ainda não quitado.

E MAIS

• A reaproximação de Eliziane Gama com o governador Flávio Dino deve dificultar a aliança da deputada com o senador Roberto Rocha.

• O secretário Márcio Jerry incluiu o nome do deputado Eduardo Braide entre os candidatos do palácio somente após críticas da imprensa.

• Mas, mesmo após as críticas da imprensa, ele manteve o também deputado Wellington do Curso fora da lista, sob a alegação de “respeito à sua independência”.

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