Trânsito

109 pessoas morreram em acidentes este ano nas BRs que cortam o Maranhão

Dados são da Polícia Rodoviária Federal e mostram as ocorrências registradas na malha rodoviária que passa pelo Maranhão; em todo o ano passado, foram registradas 300 mortes em 2.031 acidentes de trânsito

Leandro Santos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
No domingo, dia 3, oito pessoas morreram quando o veículo em que estavam colidiu com uma caçamba
No domingo, dia 3, oito pessoas morreram quando o veículo em que estavam colidiu com uma caçamba (Acidente)

O grave acidente registrado no domingo, dia 3, no Campo de Perizes, na BR-135, em que oito pessoas morreram, chama a atenção para a grande quantidade de mortes em acidentes de trânsito já registradas este ano nas estradas federais que cortam o Maranhão. De janeiro até quarta-feira, dia 6, 109 pessoas perderam a vida em acidentes automobilísticos nessas rodovias. Em todo o ano passado, foram registradas 300 mortes na malha rodoviária federal maranhense.

Os dados são da superintendência regional da Polícia Rodoviária Federal no Maranhão (PRF). O primeiro semestre deste ano se encerrou com 100 mortes em acidentes nas sete BRs que cortam o Maranhão (010, 135, 222, 226, 230, 316 e 402). Neste mês, nove pessoas já morreram em acidentes de trânsito nas vias federais que cortam o Maranhão: oito no acidente do último domingo (3) no Campo de Perizes, da BR-135, próximo a São Luís, e uma em um acidente na segunda-feira, dia 4, no Km-137 da BR-010, em Porto Franco.

Mais acidentes
Neste primeiro semestre, a maior quantidade de mortes foi registrada na BR-316, com 30. As BRs 222 e 010 têm cada uma 20 registradas. Já a BR-135 contabiliza 15 mortes. No entanto, ela é a que registrou a maior quantidade de acidentes neste primeiro semestre, com 211 ocorrências. A grande maioria delas ocorreu no Campo de Perizes, um dos trechos de maior perigo em toda a malha rodoviária maranhense.

“A BR-135 registra a maior quan­tidade de acidentes, porque ela passa pelo maior conglomerado urbano em comparação com as outras BRs”, disse o inspetor Antônio Noberto, da PRF.

Ele frisou que já foi aprovada a construção de três passarelas na rodovia, que serão construídas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no próximo ano: a primei­ra será feita na entrada do bairro Vila Itamar, nas proximidades do Km-1,5, e as outras duas ainda estão sendo definidas.

Já a maior quantidade de mortes foi na BR-316, por causa das características da rodovia. “Nela, os motoristas desenvolvem uma velocidade maior, as cidades são mais distantes umas das outras e o asfalto também é bom”, explicou o inspetor da PRF.

Redução
Uma comparação entre os dados estatísticos registrados no primeiro semestre deste ano com o de 2015 mostra que há uma diminuição na quantidade de casos. No entanto, o atual número de registros ainda é alto e diretamente relacionado com a imprudência no trânsito, a principal causa dos acidentes.

De acordo com os dados da PRF, no primeiro semestre deste ano, 100 pessoas morreram em acidentes de trânsito nas estradas federais maranhenses. Já de janeiro a junho de 2015, 143 pessoas morreram, o que mostra uma redução aproximadamente 30%.

Também houve diminuição na quantidade de acidentes: no primeiro semestre deste ano, foram registrados 771 acidentes, enquan­to no mesmo período do ano passado foram contabilizados 1.162, uma redução de 34%.

Os dados da PRF mostram que 453 pessoas ficaram feridas levemente neste primeiro semestre nas rodovias federais, o que representa uma redução de 11% em comparação com os seis primeiros meses do ano anterior, quando foram registrados 511 feridos leves. Já a quantidade de feridos graves diminuiu 10%, passando de 252 no primeiro semestre do ano passando para 227 no primeiro semestre deste ano.

Em todo o ano passado, os da­dos da PRF mostram que aconteceram 2031 acidentes de trânsito em todas as rodovias federais maranhenses (a maior parte deles, 646, apenas na BR-135). Foram também 1.068 feridos leves; 514 feridos graves; e 300 pessoas mortas em acidentes de trânsito (a maior parte dos óbitos aconteceu na BR-316, que registrou 73 mortes).

Fiscalização
Este mês, a PRF está intensifican­do as fiscalizações nas estradas federais que cortam o Maranhão, tendo em vista que é o período de férias escolares e aumenta o fluxo de veículos nas BRs maranhenses. A medida tem o intuito de reduzir a quantidade de acidentes nas vias, garantindo a segurança dos condutores.

Todas as ações serão voltadas para coibir o excesso de velocidade, embriaguez ao volante, superlotação de veículos e ultrapassagens indevidas, principais causadores da grande quantidade de acidentes que são registrados no trecho e também em outras regiões das estradas federais.

Atualmente, o tráfego intenso aliado à imprudência dos motoristas, são os principais causadores desses desrespeitos à legislação de trânsito, que, em ca­sos mais graves, terminam em acidentes com feridos ou mortes. A colisão frontal é o tipo de acidente mais violento e, apesar de não acontecer em grande quantidade (representa apenas 3% do total de acidentes nas BRs), quando ocorre tem consequências gravíssimas (34% das mortes decorrem de colisões frontais).

Números
Primeiro semestre de 2016

771 acidentes
453 feridos leves
227 feridos graves
=100 mortos
(9 mortos em julho)
Ano de 2015
2.031 acidentes
1.068 feridos leves
514 feridos graves
=300 mortos

PRF inicia fiscalização do uso de faróis de dia

Em São Luís, a PRF iniciará na manhã de hoje a fiscalização do uso diurno do farol baixo nas rodovias federais. Durante a atividade, serão autuados os veículos que descumprirem a Lei nº 13.290, de 16 de maio 2016, que fala sobre o uso do farol baixo durante o dia nas rodovias federais.

A lei alterou dois artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): os artigos 40, inciso I e o artigo 250, inciso I, alínea b. Nas duas situações, a nova redação acrescenta as palavras “nas rodovias”. Assim, a partir do dia 8 de julho, os condutores deverão acender os faróis baixos em todas as rodovias.

A nova norma também prevê a multa para o condutor que não seguir a recomendação da Lei 13.290. A infração é média, com quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa no valor de R$ 85,13. Vale lembrar que em novembro, a infração média passará para o valor de R$ 130,16.

A obrigatoriedade não é uma novidade para o condutor, já que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), em 1998, emitiu a Resolução 18/98, que recomenda o uso dos faróis em luz baixa.

Muitos condutores ainda têm dúvidas sobre a nova norma. O farol baixo não pode ser confundido com a lanterna ou luz de posição. A lanterna não o substitui dentro da nova regra. O farol baixo é o mesmo utilizado durante a noite, destinado a iluminar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos condutores e outros usuários da via que venham em sentido contrário. O uso do farol baixo não é apenas para garantir que o motorista veja o que está à sua frente, mas também, para que seja visto por outros motoristas e pedestres.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.