Bruxelas - A União Europeia assinou ontem um acordo com a indústria de tecnologia para investir 1,8 bilhão de euros em cibersegurança até 2020. Quatro a cada cinco companhias europeias já tiveram de lidar com alguma ameaça no mundo virtual em 2015.
Segundo a Comissão Europeia, braço administrativo do bloco europeu, os recursos serão usados para fortalecer a infraestrutura dos países membro contra ciberataques e ampliar a cooperação entre os setores público e privado.
A proposta é impulsionar o trabalho conjunto em pesquisa e inovação para desenvolver soluções para ameaças cibernéticas em setores como energia, saúde, transporte e finanças.
O dinheiro será usado ainda para financiar pequenas e médias empresas que atuam com criptografia e antivírus, que não conseguem ampliar sua atuação por falta de dinheiro.
Os planos também preveem a criação de uma certificação única para produtos de tecnologia da informação produzidos no bloco. Atualmente, uma empresa tem de buscar autorização em cada um dos 28 Estados-membro.
Investimentos
A União Europeia se comprometeu a investir 450 milhões de euros, enquanto as empresas, representadas pela Organização Europeia de Ciber Segurança (ECSO, na sigla em inglês), planejam contribuir com três vezes esse valor. A soma chega a 1,8 bilhão. Entre os participantes da ECSO estão Indra, Airbus, SAAB e Fraunhofer.
“Europa precisa de produtos e serviços de cibersegurança de alta qualidade, acessíveis e interoperacionais. Há uma grande oportunidade para nossa indústria de cibersegurança competir em um mercado de rápido crescimento”, afirmou Günther H. Oettinger, comissário para Economia Digital e Sociedade.
Segundo uma pesquisa da PWC, 80% empresas europeias relatam ter enfrentado algum incidente de cibersegurança no ano passado. No restante do mundo, a ocorrência de ameaças desse tipo cresceu 38%.
Esse acordo surge na esteira das discussões para a adoção de uma política comum de enfrentamento de ciberameaças na União Europeia.
Hoje, o Parlamento Europeu deve votar a Diretiva de Segurança de Informação e Redes, que, entre outros pontos, cria grupos de trabalho para facilitar adoção de estratégias de combate a brechas no mundo virtual e a troca de informação entre os membros do bloco.
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