São João do Maranhão

Lava-bois, em Ribamar, encerra temporada junina

Matracas e pandeirões soaram as últimas toadas da temporada junina na cidade balneária atraindo milhares de pessoas para a tradicional festa popular

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

Grupos de bumba meu boi encerraram a maratona de apresentações da temporada junina no Lava-bois, na sede de São José de Ribamar, no último fim de semana. As apresentações que tiveram início no sábado (2) e se encerraram ontem atraíram uma multidão de seguidores admiradores dos folguedos juninos do Maranhão.

Como acontece todos os anos, a programação teve início na noite de sábado no Parque Municipal do Folclore Therezinha Jansen com shows culturais e a apresentação do Bumba-Boi Meu Tamarineiro, de sotaque de orquestra. Na madrugada de domingo, teve início o tradicional cortejo de grupos de bumba meu boi na Avenida Gonçalves Dias que seguiu durante toda a manhã.

Batalhão

Um dos grupos que arrastou centenas de brincantes e seguidores para São José de Ribamar foi o Boi de Maracanã. O Batalhão de Ouro chegou na cidade balneária no fim de manhã para animar o público ao som das vozes dos cantadores Tetêco, Ribinha de Maracanã, Humberto Filho e Toinho Rocha além do seu suntuoso corpo de baile.

Apesar do forte sol que fazia e fazia aumentar o cansaço, os brincantes do grupo não deixaram de acompanhar o grupo na apresentação. Caboclos de pena dançavam com os pés descalços no asfalto com uma animação como se fosse a primeira apresentação. Os matraqueiros e pandeeiros que seguem fielmente o boi também marcaram presença dando o tom para as toadas novas e de Mestre Humberto.

Há 38 anos participando de grupos de bumba meu boi, o miolo do Boi de Maracanã, José Maria Ferreira da Silva (Seu Zequinha) deu um show de resistência física se apresentando desde as 22h de sábado (2) até o cortejo no Lava-bois. “Não tem cansaço que me pare. Só vou parar de dançar no dia que Deus chamar”, disse.

O miolo estava acompanhado da esposa, Maria do Carmo Costa Couto, que é cabocla de fita no grupo há 14 anos. Devota de São João Batista, um dos principais santos adorados no mês de junho, ela conta que fica o ano todo esperando a temporada junina. “Eu fico aliviada e ao mesmo tempo triste quando chega o Lava-bois porque vamos descansar, mas só vamos nos reencontrar no outro ano. Mas também quando chega janeiro, já entro na contagem regressiva”, declarou.

O Boi de Panaquatira também agitou a principal avenida da cidade. Apesar do cansaço ao fim da maratona de apresentações, os integrantes (adultos e crianças) dançavam com a mesma animação do início da temporada.

Tradição

Além dos matraqueiros que acompanhavam os grupos no cortejo, muitas pessoas acompanhavam a festa do alto, das varandas dos imóveis ao longo da avenida como Rubenice de Carvalho Fonseca. “Essa é a minha primeira vez no Lava-bois. Já queria vir, mas nunca dava. Vim e estou gostando demais. É tudo muito lindo”, declarou.

São poucos os relatos históricos dando conta da origem do Lava-Bois. A versão contada por moradores mais antigos de São José de Ribamar revela que a festa teve início na década de 50. O Lava-Bois surgiu de um ritual promovido por boieiros que foram até o município pagar uma promessa de São João.

A concentração das brincadeiras acontecia em frente a Igreja Matriz. Os primeiros Bois que participaram da festança foram os batalhões de Axixá, Rosário, Peri-Merim, Santa Rita e São José de Ribamar. O evento começou a ganhar maiores proporções com as participações de representantes dos Bois de São José dos Índios e Sítio do Apicum.

Desde então, o evento ganhou grandes proporções e tornou-se essa grande manifestação cultural vista nos dias atuais. O nome Lava-Bois foi dado devido ao fato do evento encerrar oficialmente a temporada junina no estado.

Mais

Muitos vendedores ambulantes aproveitaram mais uma edição do Lava-bois para garantir uma renda extra. Nas bancas improvisadas eram ofertadas bebidas para refrescar o corpo no calor que fazia, chapéus e também matracas para quem queria estar no meio dos batalhões.

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