Mobilização

Comunidades fazem passeata para exigir justiça em casos de assassinato e abandono

O ato recordou as mortes de Rafael Jorge Pereira e Fagner Barros dos Santos além do caso de Márcio Ronny da Cruz, que teve 72% do corpo queimado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Manifestantes levaram cartazes e faixas
Manifestantes levaram cartazes e faixas (caminhada)

SÃO LUÍS - Dezenas de pessoas se reuniram na tarde de hoje no bairro Divinéia para participar da do ato intitulado Passeata pela Cidadania. A passeata teve como ponto de partida a frente da Unidade de Segurança Comunitária (USC) do bairro Divinéia. Com cartazes, faixas e camisas com fotos dos jovens assassinados, as pessoas caminharam pelas principais vias do bairro para cobrar justiça diante desses três grandes casos de violação dos direitos humanos.

A morte de Rafael Jorge Pereira ocorreu na madrugada do dia 25 de junho, no bairro Sol e Mar. De acordo com relatos de moradores, policiais militares teriam realizado uma abordagem abusiva, ao que o jovem teria oferecido resistência. Após a reação, os policiais teriam disparado contra ele. No dia posterior ao assassinato, um grupo de manifestantes bloqueou as duas vias da Estrada do Araçagi (MA-203) em resposta à morte de Rafael.

Fagner Barros dos Santos também foi morto a tiros por um policial militar. Moradores e policiais militares se confrontaram durante uma reintegração de posse em terreno situado próximo à sede do Sampaio Corrêa e o jovem foi morto. Ele foi assassinado com um tiro na cabeça.

Já Márcio Ronny teve 72% do corpo queimado quando tentou ajudar a menina Ana Clara, que teve 90% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos durante ataques a ônibus em São Luís em 2014. O vendedor de frangos, que ficou conhecido com herói por arriscar sua própria vida para salvar a vida de outras pessoas, tem denunciado constantemente a falta de assistência por parte do Governo do Estado visto que ainda necessita de ajuda para seguir com o tratamento de saúde.

Indignação

Durante a passeata, familiares mais próximos das vítimas falaram no microfone sobre os casos. Ednólia Costa Soeiro, esposa de Rafael Jorge Pereira, foi uma delas. “Estamos na rua não para fazer baderna e bagunça, mas por justiça. Isso não é só por nós, estamos reivindicando hoje para que esse não seja o fim de outros jovens e suas famílias. Meu esposo foi morto injustamente por policiais despreparados”, disse.

Desempregada, ela não sabe que futuro dará ao filho de 1 ano e 7 meses que tem com Rafael Jorge Pereira. “Eu não estou trabalhando e sem condições psicológicas e físicas para trabalhar no momento. A gente está se virando do jeito que Deus está permitindo com a ajuda da família e vizinhos. Vamos ver o que será daqui para frente”, afirmou Ednólia Costa Soeiro.

Fernanda Barros também comentou a perda em sua família. “Já vai fazer 11 meses que meu irmão, o Fagner, morreu. Queremos chamar as pessoas para lutar por justiça e para que isso não vire costume, policiais tirarem a vida de pessoas inocentes e ficar por isso mesmo. Estamos lutando para que esse policial pague pelo que ele fez”, afirmou.

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