Dilma

Advogado vê chances de Dilma com mais otimismo

Para José Eduardo Cardozo, perícia técnica do Senado não deixou dúvidas quanto à inocência da presidente afastada e entende que votação contrária caracteriza o golpe

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
(Cardozxo e Dilma mostram confiança com votação no Senado)

BRASÍLIA

O advogado da presidente da República afastada Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, disse ontem que confia na absolvição dela no processo de impeachment. Para ele, as provas e o parecer da perícia não deixam dúvidas da inocência de Dilma. “Acho que vamos ganhar no Senado”, disse Cardozo em entrevista coletiva a jornalistas no Palácio da Alvorada.

Para Cardozo, a conclusão da perícia pedida pela defesa derruba as acusações sobre Dilma. “Não temos denúncias sérias. Portanto, em condições jurídicas normais, é caso de absolvição sumária. Portanto um golpe ficará confirmado se [a condenação] acontecer”.

Cardozo leu trechos do parecer dos peritos. Nele, está expresso que, no que diz respeito aos decretos de crédito suplementar, “não houve alerta de incompatibilidade com a meta fiscal”. Já em relação a operações relativas ao Plano Safra, o parecer diz que não houve ato que tenha contribuído “direta ou indiretamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos”.

Além das conclusões da perícia, Cardozo citou uma entrevista da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) à Rádio Itatiaia. A senadora disse que Dilma não está afastada por conta das operações de crédito e os decretos, e sim porque “o país está parado”.

“Porque o governo saiu? Na minha tese, não teve esse negócio de pedalada. Eu estudo isso, faço parte da Comissão de Orçamento. O que teve foi um país paralisado, sem direção e sem base nenhuma para administrar”, disse a senadora. Essa declaração da senadora, hoje líder do governo no Congresso, foi anexada pela defesa ao processo de impeachment.

Cardoso disse confiar nos senadores, apesar de admitir que se trata de um julgamento “jurídico-político”.

“Mas eu acho que a grande maioria dos senadores são pessoas que tem a razoabilidade como parâmetro da ação política. É a esses que estamos mostrando, e também ao povo brasileiro, que elegeu Dilma”. Cardozo não afasta a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal, caso o impeachment seja aprovado no Senado, mas ele evitou a todo momento afirmar que vai fazê-lo ou mesmo se precisará fazê-lo. “Ainda confio no Senado”.

Mesmo pressionado, Cunha

garante que não renuncia

Redes sociais iniciam campanha pela perda do mandato do presidente afastado da Câmara

Brasília

Enquanto cresce a pressão pela renúncia do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nas redes sociais, o parlamentar reforça o que já vem afirmando nos últimos meses. “Mais uma vez reafirmo que não irei renunciar”, disse no Twitter.

Ontme, o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP) defendeu, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, que Cunha renuncie.

"Eu, como primeiro-secretário, convivi por mais de um ano com a administração do presidente Eduardo Cunha. Ele fez, na minha opinião, um bom trabalho, só que agora não dá para continuar sangrando a Câmara como está sendo sangrada. Então, defendo que o Eduardo Cunha renuncie ao mandato [cargo] de presidente da Câmara, para que, em cinco sessões, possamos ter um novo presidente. Não estou discutindo nomes, nada disso, mas acho que segunda fará 60 dias que o Cunha está afastado e a Câmara está acéfala. Então, defendo que ele renuncie ao mandato de presidente da Câmara", disse Beto Mansur.

No Twitter, Cunha rebateu. “Apenas para afirmar que, apesar de todo o respeito pela opinião de qualquer deputado, não tenho porta-voz.”

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.