SÃO LUÍS - Junho é um dos períodos mais esperados do ano, pois é um momento em que as ruas ficam iluminadas e enfeitadas com bandeirolas, fogueiras, balões e que as festas ficam fartas de comidas típicas como canjica, milho cozido, mingau de milho e outras. No entanto, tem um lado dos festejos que é preocupante: a utilização de fogos de artifício pela população, especialmente as crianças.

De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia da Mão, cerca de 70% dos casos de queimaduras são provocados por artefatos pirotécnicos e 10% das vítimas sofrem amputações, principalmente das mãos e dedos. As lesões provocadas por fogos de artifício são graves e difíceis de recuperar.

Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) mostram que, durante as festas juninas, os atendimentos a pessoas que sofreram queimaduras nas emergências dos hospitais chegam a dobrar. Mais de 80% das vítimas são crianças e, por isso, é fundamental nesse período que os pais e responsáveis fiquem atentos à utilização.

Para evitar acidentes, a funcionária pública Mary Lima evita que os dois filhos brinquem com os artefatos típicos do São João. "Eu acho perigoso e, por isso, não deixo. Quando insistem muito, no máximo permito aquelas bombinhas de jogar no chão, pois não precisam acender no fogo. Essas eu acho mais inofensivas", conta.

Segundo o diretor do Departamento de Atividades Técnicas (DAT) do Corpo de Bombeiro do Maranhão, coronel Ernesto Luís França, a venda dos fogos de artifício só pode ser feita mediante a autorização do órgão. "Já é um perigo o uso de fogos. Ainda mais comprando com irregularmente, com data de validade vencida ou em um local que não é adequado para a comercialização", alerta.

Em São Luís - que possui oficialmente cinco lojas especializadas na venda desse material -, desde a semana passada as fiscalizações foram intensificadas, inclusive atendendo a denúncias de venda inadequada de produtos pirotécnicos. "Em caso de ser constata a irregularidade, o proprietário pode ser multado e o local interditado", afirma o diretor do DAT.

O especialista do Hapvida Saúde, Dr. Lauro D’ávila Silveira Barreto, alerta que caso haja algum acidente, é preciso manter a calma e agir com precisão. A vítima deve ser encaminhada imediatamente ao hospital, mas existem algumas ações que podem amenizar ou pelo menos não piorar o caso enquanto não chega a ajuda médica.

Ele orienta que em caso de queimadura é necessário tomar alguns cuidados como:

- Evitar passar qualquer tipo de produto

- Não passar pasta de dente

- Não usar borra de café

- Não lavar com água gelada

- Lavar com água corrente e temperatura ambiente

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