Revitalização

Abandono do Centro Histórico de São Luís é discutido durante evento

O Centro Histórico, com os seus casarões coloniais, é um dos principais cartões postais da cidade, mas é penalizado com o descaso e falta de conservação

Leandro Santos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Falta de conservação desses imóveis é a principal reclamação de quem vai ao Centro Histórico
Falta de conservação desses imóveis é a principal reclamação de quem vai ao Centro Histórico (Predio abandonado)

O esvaziamento econômico e social do Centro Histórico de São Luís foi o principal tema discutido durante um encontro de arquitetos e urbanistas que aconteceu na quinta-feira, dia 23, no auditório da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Durante as discussões foram propostas alternativas para mudar o atual cenário do local e trazer de volta os visitantes.

O Centro Histórico é um dos principais cartões postais da cidade. Na área da Praia Grande há diversos casarões datados dos séculos XVIII e XIX que ainda conservam os traços da época colonial. No entanto, a falta de conservação desses imóveis é a principal reclamação, não apenas das pessoas que moram na cidade, mas de turistas que visitam a cidade.

Esvaziamento
Tal situação prejudica diretamente o setor turístico e hoteleiro da cidade. Os turistas que chegam em São Luís e que conhecem o conjunto arquitetônico do Centro Histórico da capital maranhense se decepcionam com o que veem: prédios acabados sendo consumidos gradativamente pela falta de conservação dos seus proprietários aliado com a ação do tempo.

E são fatores como esses que causam o esvaziamento do Centro Histórico da cidade discutido durante o evento, uma vez que na região não há muitos atrativos que convidem as pessoas a explorarem o ambiente Apenas durante a noite que o local recebe um público maior. Durante o dia e aos finais de semana a região fica praticamente vazia. A falta de segurança na localidade também contribui para afastar as pessoas da região.

De acordo com Gustavo Marques, arquiteto, urbanista e professor da Uema, esse esvaziamento do Centro Histórico também é ocasionado pela competição com outras áreas que atraem a preferência das pessoas. “Há uma competição com outras áreas como as praias e nesses locais há o surgimento de empreendimentos ligados ao comércio e hospedagens. Isso é um fenômeno que acontece em outras cidades costeiras”, disse.

Revitalização
Para ele, são necessárias ações realizadas de forma conjunta pelos órgãos públicos, iniciativa privada e atores da sociedade civil organizada para que o Centro Histórico de São Luís volte a ser frequentado em todos os períodos. Tais ações incluem atrativos estéticos, culturais, comerciais entre outros que estimulem as pessoas a irem ao local e ainda melhorias na mobilidade urbana que facilitam a locomoção das pessoas até a região.

“Hoje quem pode não quer ir ao Centro Histórico. E aqueles que querem, não poder ir ao local. Por isso é necessário que a sociedade, o governo e a iniciativa privada façam os esforços para mudar essa situação”, destacou.

Segundo ele, é necessário que sejam criados estímulos urbanísticos e paisagísticos que façam com que o público conheçam melhor a região. Nessa perspectiva, é importante que haja a revitalização dos casarões coloniais que compõem o conjunto arquitetônico da cidade.

Hoje quem pode não quer ir ao Centro Histórico. E aqueles que querem, não podem ir ao local”Gustavo Marques, arquiteto, urbanista e professora da Uema

Também é necessário que haja melhorias na mobilidade urbana, o que passa pela qualidade do transporte público da cidade. “É importante um transporte público de qualidade para circular na região, mas que respeita as características do lugar”, disse Gustavo Marques. Estacionamentos adequados e que ofereçam confortos para os motoristas também são apontadas como soluções.

Para que haja a revitalização econômica da área, o especialista apontou para a criação de novas áreas para o consumo na região que gerem oportunidades de compras que sejam foram alternativas dos tradicionais shoppings centers da cidade. A redução de taxas, impostos e custos também integra essa pacote de medidas.

Tais ações são possíveis de serem colocadas em prática a curto, médio e longo prazo para que haja a revitalização econômica e urbana do Centro Histórico de São Luís com o intuito de trazer vida para a região que dispõem de um grande potencial.

SAIBA MAIS

As discussões foram feitas durante o evento intitulado A Revitalização Econômica e Urbana do Centro Histórico de São Luís, realizado na quinta-feira, na Uema. Promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) no Maranhão, o diálogo aconteceu entre diversos os atores visando desenvolver propostas e perspectivas para o crescimento da área.

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