Greve dos professores

Professores parados há 28 dias na rede de ensino de São Luís

Pais e estudantes reclamam e docentes defendem a legitimidade da greve, iniciada no dia 25 de maio; amanhã, haverá nova audiência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
A UEB  Neiva Moreira permanece sem aulas, no Bequimão
A UEB Neiva Moreira permanece sem aulas, no Bequimão (UEB Neiva Moreira)

De um lado, pais de alunos da rede pública municipal de ensino que reclamam da greve dos professores por causa da interrupção das aulas. De outro, os profissionais do magistério, que defendem a legitimidade do movimento, que tem como um dos objetivos o reajuste salarial da categoria. No meio disso, estudantes que enfrentam muitas outras dificuldades para concluir o ano letivo 2016, como os problemas de infraestrutura nas escolas. Amanhã, 22, haverá nova audiência entre as partes, objetivando um acordo.

Na Unidade de Ensino Básico (UEB) Major José Augusto Mochel, nem todos os profissionais aderiram ao movimento grevista. Apesar disso, as turmas que estão tendo aula estão sendo liberadas mais cedo, pois a escola está sem abastecimento d’água.

A UEB Major José Augusto Mochel fica no Maracanã, bairro da zona rural de São Luís. A unidade faz parte de um conjunto formado por duas UEBs, a Mindinho, onde estudam alunos da educação infantil, e a Major José Augusto Mochel, a que pertencem alunos do ensino fundamental. Nas duas unidades, estudam cerca de 300 alunos.

Desde o dia 25 de maio, quando foi deflagrada a greve dos professores da rede municipal, a maioria dos estudantes da unidade de ensino está sem aulas. “Apenas a educação infantil está funcionando na escola. O restante dos alunos está sem aula por causa da greve, e a gente não sabe quando as aulas vão voltar ao normal”, informa Keully Priscilla Rocha Pereira, mãe de um aluno do primeiro ano da educação infantil. O fim do primeiro semestre letivo nas escolas da rede municipal de São Luís estava previsto para o início do mês de julho.

Em meio à indefinição sobre o retorno das aulas na rede pública de ensino de São Luís, mães e pais de alunos ficam na dúvida sobre como será o ano letivo dos filhos. As mães reclamam de como o conteúdo será reposto e que uma resposta precisa ser dada aos estudantes. Elas acreditam que falta diálogo entre a Prefeitura de São Luís e o Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação).

“Todos os anos têm greves. Eles nunca entram em um acordo e nossos filhos pagam o pato”, reclama Zildeni Machado, mãe de um estudante da UEB Major José Augusto Mochel.

Aulas prejudicadas
Mas mesmo sem a greve dos professores os estudantes da UEB Major José Augusto Mochel já estavam com as aulas prejudicadas. Segundo Keully Priscilla Rocha Pereira, algumas turmas da unidade estão tendo aulas diariamente, mas os alunos estão sendo liberados às 10h, pois a escola está sem abastecimento d’água. “A bomba da escola queimou e não tem água nos banheiros ou para os alunos beberem, então, eles estão sendo liberados mais cedo. As turmas que estão tendo aula mesmo com a greve continuam saindo mais cedo por causa da falta d’água”, afirma.

Entretanto, os alunos da rede pública municipal de São Luís já começaram o ano letivo de 2016 com atrasos. Em 2015, diversas escolas paralisaram suas atividades por falta de estrutura ou por causa da insegurança. Problema que atrasou o ano letivo nas unidades. Em reunião realizada dia 22 de dezembro de 2015 entre a direção do Sindeducação e o então secretário Municipal de Educação, Geraldo Castro, o representante da Semed apresentou o calendário escolar 2016, requerendo a anuência da entidade.

Ainda em novembro de 2015, a Semed informou que o ano letivo tinha previsão de encerramento para o período de janeiro a abril de 2016. O calendário letivo foi adaptado por conta do período de paralisação dos professores em 2014, que durou mais de 100 dias.

Movimento grevista

Os docentes querem 11,36% de aumento e a Prefeitura oferece 10,6% que seriam repassados de forma parcelada. No dia 16 de junho, a direção do Sindeducação se reuniu com representantes da Prefeitura de São Luís e do Mistério Público Estadual para tratar sobre avaliação realizada em torno do percentual de reajuste. Sem acordo, uma nova audiência de conciliação foi marcada para amanhã, 22, na sede da Fiema.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que, até a presente data, já apresentou várias propostas de reajuste salarial, chegando aos 10,67%, para que um acordo com a categoria dos professores fosse efetivamente realizado. A Semed esclarece que irá repor toda carga horária e garantir os 200 dias e 800 horas que é direito do estudante, mediante calendário suplementar elaborado pela Semed em parceria com a comunidade escolar.

Números

130 mil estudantes estão matriculados na rede
municipal de ensino

280 escolas compõem a rede de ensino municipal

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