O bulldog inglês é o cão de porte médio recordista em número anual de nascimentos registrados no Brasil. Em alguns outros polos relevantes da criação de cães, ele também ocupa posto de destaque. É assim também em países como Estados Unidos, Espanha, Reino Unido e Itália.

No que se refere a figuras caninas pitorescas, é certo: estamos diante da mais popular do planeta. O bulldog Inglês é mais que um cão, é um personagem. Carrancudo, atarracado, cabeçudo, queixudo, enrugado e com andar rebolante, sua improvável aparência foi a chave que lhe abriu as portas do sucesso.

Num mundo repleto de cachorro com cara de cachorro, o bulldog inglês chama atenção por onde passa. Mas ele nem sempre teve esta aparência. Até o século XIX, quando desempenhava a função de lutar e lidar com touros, era mais alto, menos corpulento, de focinho menos encurtado e proporções gerais mais harmoniosas. A criação organizada, por meio de acasalamentos selecionados, foi moldando a raça até transformá-la na atual e simpática caricatura de cachorro.

Comportamento

O bulldog, de traços físicos hoje tão peculiares e antinaturais, é um cão de comportamento apaixonante. Está entre as raças menos ativas da espécie, late pouquíssimo, é sociável com crianças e pessoas em geral (embora suas feições invocadas sejam mais que suficiente para amedrontar desavisados de plantão), tem natureza comportada e pouco afeita a arruinar a decoração da casa. Contudo, a raça tem perfil irreverente, não muito disposto a acatar ordens.

Não há razão para imaginar que alguma reformulação no tipo físico da raça seja capaz de adulterar demasiadamente a agradável constituição temperamental dessa figura única da espécie. É possível sim, que uma estrutura menos robusta e com focinho mais adequado à boa capacidade respiratória o tornem mais disposto a pratica do exercício. Mas o bulldog nunca será hiperativo. De todo modo, enquanto modificações concretas não se materializam, ele segue sendo uma das raças mais admiradas no mundo.

Em São Luís, já existe uma grande quantidade de bulldogs ingleses, cujos donos promovem frequentemente encontros para confraternização e troca de experiências, oportunamente chamados de bulldogadas. Um destes encontros, realizados na Terra Zoo da Forquilha, reuniu uma grande quantidade de apaixonados por estes gorduchos.

Padrão

Por um bom tempo, o conteúdo do padrão da raça pedia este aspecto caricato, de cão altamente modificado pela ação dos criadores. Todavia, a classe veterinária começou a se dar conta dos problemas associados a essa aparência, como especial propensão dos cães a colapsos respiratórios (em geral, quando expostos ao calor e à atividade física excessiva), e à incapacidade reprodutiva por vias naturais, então, o padrão foi modificado.

A nova versão do documento é válida desde janeiro de 2009 no Reino Unido e desde janeiro de 2011 no Brasil e demais países seguidores da Federação Cinológica Internacional. O texto revisado pede um bulldog com características físicas menos exacerbadas a fim de torná-lo mais predisposto a boa saúde.

A intenção do novo padrão é tornar a caricatura menos caricatura. Resta saber, se os criadores, juízes cinófilos e admiradores da raça vão curvar-se ao novo padrão e remodelar o bulldog. Não há dúvida de que haverá resistência das mais inflamadas, a fim de manter este gorducho rebolante exatamente como está.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.