Jo Cox

Morte de parlamentar coloca referendo sobre UE no 2º plano

País realizará consulta em 23 de junho sobre a permanência na União Europeia; saúde mental do suspeito e relação com extrema-direita são investigadas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

Londres - A Grã-Bretanha entrou em luto nesta sexta-feira,17, pela parlamentar Jo Cox após um homem armado matá-la quinta-feira, 16, em um ataque que colocou no limbo o referendo de 23 de junho sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, segundo a Reuters.

Jo Cox, apoiadora da permanência britânica na UE, foi baleada e repetidamente esfaqueada em seu distrito eleitoral, próximo a Leeds, no norte da Inglaterra, por um homem que, segundo testemunhas, gritou "Grã-Bretanha primeiro". A deputada morreu pouco depois em decorrência dos ferimentos, em um hospital de Leeds.

Um homem de 52 anos foi preso por autoridades próximas ao local e armas, incluindo uma arma de fogo, foram recuperadas. A morte gerou uma pausa na campanha sobre o referendo da UE, que deve continuar suspensa no sábado,18, como informaram a "Stronger In" ("Mais fortes dentro") e a "Vote Leave" ("Vote para sair"), de acordo com a agência France Presse.

Embora os motivos do assassino não sejam imediatamente claros, alguns especulam que seja a simpatia de Jo pela campanha de permanência.

Linhas de investigação
A polícia britânica informou que está dando prioridade a duas linhas de investigação: a saúde mental do suspeito e sua relação com a extrema-direita.

O histórico mental do suspeito e seus prováveis laços com o extremismo de direita são uma linha prioritária de investigação, segundo afirma em comunicado Dee Collins, comandante da polícia de West Yorkshire.

Pesquisas apontam que o número de apoiadores da permanência do Reino Unido foi recentemente superada pelos que defendem a saída do bloco europeu.

Homenagens
A bandeira britânica foi hasteada em meio mastro sobre o Parlamento, Downing Street e Palácio de Buckingham, enquanto centenas de pessoas em Birstall realizaram uma homenagem em uma igreja local.

"Jo acreditava em um mundo melhor e ela lutou por isso todos os dias de sua vida com uma energia e entusiasmo pela vida que deixariam a maioria das pessoas exaustas", disse o viúvo de Jo, Brendan.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez um apelo à tolerância durante um ato em homenagem à Jo Cox. "Onde vemos ódio, onde vemos divisões, onde vemos intolerância, temos que erradicá-los", afirmou Cameron. Ele enfatizou que "a tolerância é a base da democracia britânica". Ele e o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn ofertaram uma coroa de flores.

O Reino Unido não registrava o assassinato de um político desde os anos 1980 e o começo dos 1990, quando eram alvo do IRA (Exército de Libertação Irlandês), de acordo com a AFP.

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