Contrariedade

Renan pretende aceitar pedido de impeachment contra Janot

Presidente do Senado não tem conseguido esconder sua irritação com o procurador-geral da República

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Procurador-geral, Rodrigo Janot, é alvo de pedido de impeachment, que pode ser aceito por Renan
Procurador-geral, Rodrigo Janot, é alvo de pedido de impeachment, que pode ser aceito por Renan (janot e renan)

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que quer dar seguimento ao pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista não tem conseguido esconder sua revolta com a atuação do procurador, que pediu sua prisão ao Supremo Tribunal Federal.

Na noite dessa quarta-feira, 15, Renan participou de festa junina na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-MS). Ele relembrou aos colegas de partido que existem ainda cinco pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República a serem analisados pelo Senado e que pretende buscar, em algum deles, os argumentos necessários para acolher a denúncia.

Segundo os senadores, Renan está irritado com as decisões do procurador-geral. O desconforto ficou claro durante a festa junina de Kátia, quando Renan trouxe para as rodas de conversa, por diversas vezes, o nome de Janot. O presidente do Senado abordou diferentes convidados mostrando em seu celular uma reportagem sobre o procurador-geral. No título, Janot afirmava que a manutenção de sigilo da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado geraria crise entre os Poderes.

Renan argumentou com os senadores que, dessa forma, Janot estava "estimulando vazamentos" e que isso era uma "irresponsabilidade" O presidente do Senado foi alvo de um dos vazamentos da delação de Machado e apareceu em um diálogo chamando Janot de "mau-caráter". O presidente do Senado cogita ainda que Janot tenha orientado as gravações feitas por Sérgio Machado. "São conversas totalmente induzidas, é uma delação orientada. Como pode grampear um senador com foro? Só com autorização judicial", disse Renan aos convidados, na festa.

De acordo com Renan, a delação de Machado não possui "materialidade" e, para trazer essa característica para a colaboração premiada, o delator teria sido orientado a fazer gravações com o político. Ele fez um paralelo com o caso Delcídio Amaral e afirmou que, ao negociar acordo de delação, o ex-senador teria se comprometido a voltar ao Senado e fazer gravações com colegas para fortalecer o depoimento.

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